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Pane - Cuide bem de quem carrega

Em viagem noturna, luz da bateria se acende, faróis perdem luminosidade e motor apaga, deixando o motorista no caminho. Alternador pode ser o vilão

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Durante as revisões preventivas, peça ao mecânico para verificar estado da correia que liga o alternador à polia do motor

O alternador é um daqueles componentes do veículo que o motorista só sabe que existe se apresentar problema que o deixa literalmente na mão. Para evitar que esse dispositivo desempenhe papel de vilão, é bom ter alguns cuidados.

O que é
Ao contrário do que muitos motoristas pensam, não é a bateria que gera a eletricidade que alimenta o sistema de ignição e todos os componentes elétricos e, sim, o alternador. Esse dispositivo transforma energia mecânica (que vem da polia do virabrequim) em elétrica, por meio de um eletroímã. Por isso, só funciona com o motor ligado. Os alternadores são identificados pela amperagem, que é a capacidade de energia que produzem, para facilitar a reposição.

Funções
O alternador tem três funções principais: carregar a bateria, fornecer energia elétrica para alimentar os componentes elétricos e eletrônicos do veículo e poupar a energia armazenada na bateria, quando o motor está em funcionamento. De acordo com o engenheiro de vendas para a América Latina da Remy (fabricante) Maurício Gayubas, “nos modelos mais modernos, o alternador fornece informações ao módulo eletrônico e ao tacômetro (conta-giros), o que exige funcionamento correto desse componente para evitar problemas”.

Manutenção

Os fabricantes prevêem que o alternador, em uso normal, pode durar cerca de 300 mil quilômetros, sem apresentar problema. Mas, de acordo com o engenheiro da Remy, para conseguir essa alta quilometragem, o proprietário do veículo deve fazer manutenção aos 200 mil quilômetros, quando é necessário trocar os rolamentos e as ‘escovas’ de carvão. Já o técnico José Augusto Gomes Queiroz, da Eletrotécnica Consultoria e Treinamento, recomenda revisões periódicas, a cada 50 mil quilômetros. Mas alerta que essa quilometragem é mais reduzida (de 30 mil) para veículos que rodam constantemente em estradas de terra.

Cuidados
Algumas medidas podem ajudar a conservar o alternador e aumentar sua durabilidade. Portanto, é conveniente conferir, pelo menos a cada seis meses, o estado da correia que o movimenta (conhecida como correia do alternador) e se ela não está nem muito esticada, nem muito frouxa; verificar se a polia está trincada ou descascada; se o alternador está bem preso ao esticador; se os terminais (plugues) estão bem presos; e se as buchas dos mancais (tampas) não estão desgastadas.

Excesso
O problema mais comum é o desgaste provocado pelo excesso de componentes elétricos. O veículo sai de fábrica com um alternador capaz de atender todo o consumo elétrico. Mas alguns proprietários resolvem instalar, depois, uma grande quantidade de acessórios, como som de alta potência, faróis de neblina, vidros elétricos, DVD e outros, e esses componentes começam a puxar mais energia do que o alternador pode fornecer, explica o engenheiro Gayubas. Esse excesso de componentes provoca perda de rendimento e queima do alternador. Em alguns casos, o proprietário poderá repará-lo, a um custo entre R$ 150 e R$ 400. Em outros, terá que comprar um novo, que, no caso de modelos com motor 1.0, custa cerca de R$ 450.

Para o técnico José Augusto, quem quiser instalar mais equipamentos no carro deve pensar em trocar dois componentes essenciais: a bateria e o alternador, que precisam ser substituídos por outros, de maior amperagem. Isso vem ocorrendo bastante, devido a essa onda tuning, que leva à instalação de grande quantidade de acessórios, como amplificadores muito potentes, luzes de néon e DVD, entre outros.