De Campinas, SP - Há exatos 20 anos, a Toyota resolveu 'testar' o mercado brasileiro trazendo seu sedã de sucesso no exterior. Em 1994, o Corolla, já em sua sétima geração, chegava ao Brasil, trazendo um novo conceito de sedã médio. Para as poucas opções no segmento na época, era considerado um carro de luxo e o sucesso por aqui repetiu o resto do mundo.
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A mecânica simples e eficiente (típico dos japoneses), o conforto e comodidade, como o consumidor brasileiro valoriza, foram os ingredientes que levaram o Corolla a ser o modelo mais vendido em sua categoria de 2009 a 2012. Como a Toyota conseguiu melhorar o que já era bom, o Corolla tem tudo para retomar a liderança.
As melhorias foram significantes, tornando o Corolla um carro mais ágil e prazeroso de guiar. A reportagem do Vrum andou nas versões XEi (que deverá ser a mais vendida) e a de entrada, GLi com câmbio manual de seis velocidades. As primeiras impressões você confere abaixo.
Toyota Corolla XEi 2.0 automático - R$ 79,9 mil
O Corolla 2015 chega com dois grandes apelos: aparência e câmbio, que foi batizado de Multi-Drive. É um CVT que simula sete marchas. Na estrada percebe-se esta 'simulação' e o comportamento é idêntico a de um automático convencional, inclusive com trocas em aletas na coluna de direção, mas é um CVT que troca as marchas que não existem, pois ele é continuamente variável. Dessa maneira, não temos aquela impressão de que estamos dirigindo um metrô.
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A caixa casa muito bem com o motor 2.0 que, abastecido com etanol (como em nosso teste), rende 154 cv de potência com bons 20,3 kgfm de torque que está disponível aos 4.800 giros. Com boas respostas em retomadas, as ultrapassagens em rodovias são seguras e o câmbio parece saber muito bem o que faz com a potência disponível.
Na rodovia, o Corolla 2.0 fez 8,5 km/l de etanol. Para um câmbio CVT, essa média deveria ser mais alta.
A suspensão, que já era referência na geração anterior, ficou ainda mais bem ajustada. O carro está mais equilibrado e rodamos na cidade com o conforto que exige um sedã médio e na estrada fazemos curvas com total segurança, sem deixar a carroceria rolar. Esses resultados são méritos da engenharia da Toyota do Brasil, responsável em fazer a calibragem desta geração do Corolla.
O interior ficou mais espaçoso e o passageiro que vai atrás sente o aumento de 10 cm no entre-eixos. Também foram adotados bancos dianteiros mais finos, otimizando o espaço. O desenho do Novo Corolla possibilitou, ainda, a realocação das caixas de rodas para as extremidades da carroceria, proporcionando mais comodidade a todos os ocupantes. Segundo a Toyota, são 7,5 centímetros adicionais entre a base do banco traseiro e o encosto do banco dianteiro.
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O espaço para os joelhos dos passageiros que viajam atrás totaliza 70,6 centímetros, o que significa aumento de 8,5 cm em relação ao Corolla anterior. Já o espaço para os pés, beneficiado pelo assoalho traseiro de desenho totalmente plano, cresceu 9,2 centímetros. Os bancos receberam espumas de revestimento mais densas para apoiar melhor o corpo.
Esta versão já vem equipada com uma central multimídia com tela de 6.1 polegadas sensível ao toque. O sistema também capta o sinal de TV digital, algo raro em aparelhos multimídias de fábrica. A navegação do GPS é boa e seu uso é bem simples, mas em dia claro, o brilho da tela fica bem fraco, dificultando muito a visualização do mapa.
Alguns itens básicos para a categoria fazem falta, como o espelho no quebra-sol do lado do motorista. Já o do passageiro não conta com iluminação. Até mesmo alguns carros populares contam com isso. Um sedã atual também pede sensor de estacionamento, pois a câmera de ré disponível nesta versão não elimina a praticidade dos sensores.
Pagar R$ 14 mil a mais para levar a versão Altis, que acrescenta xenon e LED de posição dianteiro, acabamento em duas cores no painel e dois airbags a mais (de cortina), parece não fazer sentido.
Toyota Corolla GLi 1.8 manual - R$ 66,5 mil
Para custar R$ 13 mil a menos do que a versão XEi, o Corolla de entrada deixa clara sua simplicidade, que não chega a ser franciscana, mas é bem perceptível para um sedã médio que chega próximo dos R$ 70 mil. Por fora, a diferença com a versão XEi começa pela falta das luzes de neblina e do filete em LED na lanterna traseira. As rodas são de 16 polegadas, mas de um desenho bonito, que contribui para a harmonia das linhas da carroceria.
Por dentro, aquele acabamento mediano, típico dos carros japoneses mais básicos. Banco com tecido simples, mas de bom gosto e painel sem aquele requinte que pede a categoria. Os japoneses estão mais preocupados em impressionar pelo bom conjunto mecânico.
O motor 1.8 16V desta versão chega aos 144 cv de potência e 18,4 kgfm de torque quando abastecido com etanol, como em nossa avaliação. Não chega a impressionar, mas tem bom desempenho na estrada. Para o usuário comum de sedãs, cumpre muito bem sua função. O câmbio de seis velocidades tem bons engates e uma relação mais curta, o que favorece o uso urbano. Na estrada, reduzir para a quarta marcha é quase sempre inevitável para fazer uma ultrapassagem.
Com o ar condicionado ligado em todo o percurso, o consumo de etanol foi idêntico ao da versão 2.0 automática, 8,5 km/l. Deveria ter chegado pelo menos nos 9,0.
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Assim como o XEi, o GLi possui cinco airbags (dois frontais, dois laterais e um para o joelho) e freios a disco nas quatro rodas com ABS com EBD. O ar condicionado é manual e o som, apesar ter entrada USB e Bluetooth, tem grafia de gosto duvidoso, lembrando os carros chineses.
* Jornalista viajou à convite da Toyota do Brasil