De Stuttgart, Alemanha - O novo SLK é a terceira geração do modelo lançado em 1996, apresentado em março no Salão de Genebra e que chega ao Brasil nas próximas semanas. É bonito, moderno e carrega toda a tecnologia da estrela de três pontas. Anda bem, é confortável e tem o charme de qualquer conversível. A versão testada, o “200”, apesar de sugerir um motor de dois litros, tem apenas um quatro cilindros 1.8 turbo com 184cv. O SLK 250 mantém o mesmo 1.8 turbinado com mais 20 cavalinhos. O mais potente é o SLK 350, equipado com um V6 de 306cv.
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A Mercedes-Benz raramente ousa em termos de estilo. Nos últimos 40 anos, sua única revolução foi ao lançar o CLS, o cupê de quatro portas que inspirou diversos outros fabricantes. O novo SLK não foge à regra e mantém a conservadora ideia da evolução de linhas em relação ao modelo anterior. Mas tem interessantes detalhes de estilo que remetem ao passado (a 190 SL, da década de 50) e ao presente (a nova Asa de Gaivota, a SLS AMG).
Só quem exige pouco de um automóvel pode chamar o SLK 200 de esportivo, apesar de toda a tecnologia do motor: turbo com intercooler, dois eixos de válvulas com comando variável, injeção direta de gasolina. Se o motorista arrancar no sinal, com um careta sedã C350, vai passar vergonha. E o pior é que a caixa, apesar das sete marchas, não ajuda: é uma automática convencional meio preguiçosa para trabalhar. Além de cambiar na alavanca, tem também as paletas atrás do volante.
Se motor e câmbio deixam a desejar, suspensão, direção e freios são dignos da marca, além de oferecer todos os modernos recursos tecnológicos de conforto e segurança. Talvez já estejam calibrados para receber o V6 de 3.5 litros, 306cv de potência, que deve dar à SLK a esportividade que o modelo sugere ... e merece.
INTERIOR Se falta desempenho, sobra conforto. O interior da nova geração está ainda mais requintado em termos de material empregado e montagem. A ergonomia pode não ser nota 10, mas agrada. A posição e regulagem do volante, bancos, painel com instrumentos, as saídas de ar, alavanca de câmbio, comandos, tudo bem posicionado. E, sobre o painel, meio embutido, um charmoso reloginho analógico de horas, redondo e nostálgico. Bem no centro do painel, a tela para navegação, entretenimento, áudio, telefone, entradas de USB, MP3, mas sem o CD Player.
TETO A Mercedes o chama de “magic roof” (teto mágico). Além de ser metálico e recolhido eletricamente em pouco mais de 20 segundos ao porta-malas, ele é (opcionalmente) de cristal. Mediante um toque numa tecla, passa, numa fração de segundo, de escuro para claro. Para se curtir o azul do céu ou as noites estreladas (e geladas...) mesmo sem recolher o teto.
ESPAÇO O porta-malas é razoável com o teto no alto: 335 litros. Mas paga-se uma “taxa” de 110 litros de redução para rodar com o SLK sem o teto.
O espaço no habitáculo é resumidíssimo: motorista e passageiro vão com todo o conforto, mas nem pense em carregar uma pasta tipo “007”, pois não cabe em lugar nenhum, nem mesmo atrás dos bancos.
CONFORTO Ele roda silencioso no trânsito urbano e na estrada. O ar-condicionado é de primeiríssima. Só falha quando o sistema start&stop desliga o motor no sinal vermelho ou no congestionamento. Mas tem um tecla no painel para desativar o “liga/desliga”. Se a temperatura ambiente baixou, mas mesmo assim você quiser rodar sem teto, não se preocupe. O SLK continua contando (opcional) com o “air-scaff” ,um verdadeiro cachecol elétrico: nas duas poltronas, logo abaixo do apoio de cabeça, sai um ar quente para aquecimento da nuca e dos ombros. Um “bafo na nuca” que é uma verdadeira esnobação da marca!
RESUMO DA ÓPERA Perfeito para se curtir um conversível compacto sem grandes exigências de desempenho. Nesse caso recomenda-se seus concorrentes diretos, o Porsche Boxster 2.9 ou o Audi TT Roadster 2.0 TFSI. Perde-se em sofisticação, mas ganha-se o direito de grudar as costas no encosto ao pisar fundo com o pé direito.
FICHA TÉCNICA
Motor
Dianteiro, longitudinal, de quatro cilindros em linha, 1.796cm³ de cilindrada, turbo, de 184cv de potência a 5.250rpm e torque de 27,5kgfm de 1.800 a 4.600rpm
Transmissão
Automática de sete velocidades e tração traseira
Direção
Do tipo pinhão e cremalheira com assistência hidráulica
Suspensões/rodas/pneus
Dianteira, do tipo McPherson com subchassi, com triângulos e braços transversais e barra estabilizadora; traseira, multilink com barra estabilizadora/em liga leve 7x16/205/55R16
Freios
Disco ventilado nas quatro rodas com ABS
Capacidades
Peso (kg), 1360; porta-malas (litros), 225 com teto recolhido e 335 com teto levantado; de carga (passageiros e bagagem), 425kg; tanque, 60 litros
Desempenho
Velocidade máxima (km/h), 237; aceleração até 100km/h, 7 segundos; consumo (cidade/estrada), 12km/l
e 16,3 km/l
Dimensões (metros)
Comprimento, 4,13m; largura,
1,81m; altura, 1,30m; distância entre-eixos, 2,43m
Quando e quanto
O novo SLK já está chegando ao Brasil: as primeiras unidades estarão disponíveis entre o fim desse mês e o início de julho. A fábrica vai importar o carro com os motores de quatro (200) e seis cilindros (V6, 350). O preço do SLK 200 já foi definido para o nosso mercado: R$ 201 mil. Mas a concessionária local (Minasmáquinas) ainda aguarda a definição do preço do SLK 350,
que deverá chegar cerca de 25% mais cara.