De Nova York - Um local que é um dos mais visitados do planeta, também é a vitrine do mundo e cenário de diversas cenas do cinema americano. Quem nunca ouviu falar na Times Square? Famosa pelo gigantismo de seus letreiros luminosos, a praça no centro de Nova York é cobiçada por qualquer grande empresa, que disputam cada um dos cerca de 50 espaços disponíveis para colocarem suas marcas no metro quadrado mais caro dos Estados Unidos.
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O local, que nunca chamou muito a atenção das montadoras de automóveis, começou a despertar o interesse há poucos anos. Hoje, é praticamente impossível ir na região e não ver ao menos um carro em destaque. Em época de Salão do Automóvel, isso fica ainda mais evidente. Dois dias antes do Salão de Nova York abrir para a imprensa, a Volkswagen realizou um mega show de lançamento do Beetle com a participação do grupo black Eyed Peas, que aconteceu no MTV Word Stage, na Times Square. Do lado de fora, cerca de 1,5 milhão de pessoas se encantam diariamente com as luzes das fotos e vídeos nas enormes telas de altíssima definição.
Essa semana, por exemplo, as marcas de carro estão em todos os cantos da Times Square. A Chevrolet colocou o Malibu de forma imponente na fachada do prédio da agência de noticias Reuters.
O elétrico Nissan Leaf, está em dois pontos diferentes da praça, mas o maior destaque é na fachada da loja Toys ‘R’ Us, uma das maiores lojas de brinquedos do mundo que inclui uma roda gigante no interior do estabelecimento como parte do entretenimento dos clientes.
Do modesto ao majestoso
De alguma forma todos querem estar nas luminosas telas da Times Square, seja em espaço mais simples ou no maior cartaz eletrônico da região, ocupando oito andares do prédio da American Eagle, no centro da praça, atualmente alugado para a publicidade do Audi A7. Em frente ao mega anunúncio, uma simple cabine telefônica também anuncia um carro do salão, o Dodge Charger. Mesmo o anúncio mais simples, o preço do espaço é exorbitante. Parte de US$ 5 mil o valor da polegada e chega aos US$ 20 mil mensais por cada polegada do espaço. A variação nos preços se devem a visibilidade de cada tela ao público. Multiplicando esses valores por três quilômetros quadrados de espaço horizontal e vertical, instalados entre as ruas 42 e 47 e entre a Brodway e Sétima avenida, o faturamento no local ultrapassa os US$ 2 bilhões.
Berço dos espetáculos da Brodway, lá estão 40 salas de teatro, 250 sedes de empresas, 12.500 apartamentos de hoteis e centenas de lojas de grifes mundialmente conhecidas, desde grandes lojas de chocolates, brinquedos, bares, cafés, restaurantes, marcas de roupas, até lojas de pequenos presentes de lembranças da Big Apple. Mas nem sempre foi assim, com toda essa prosperidade. A valorização publicitária da região acompanhou a imobiliária, que teve alta no final dos anos de 1990, quando o prefeito de Nova York quis dar um novo destino à praça, até então dominada por prostitutas e traficantes de drogas, embora os letreiros enormes já existissem. Nessa época, as empresas de automóveis não tinham grande participação nos telões da Times Square. Com o brutal investimento da prefeitura de NYC, a retirada dos prostíbulos e a intensiva da polícia novaiorquina contra criminosos, novos públicos começaram a chegar na Times Square, como crianças e famílias inteiras, seduzidas pelos novos espetáculos da região, como o ‘Rei Leão’ e ‘A Bela e a Fera’, e mais tarde pelas lojas de brinquedos, como a Toys ‘R’ Us, Disney.
Com o novo público, veio também novos anunciantes, entre eles os carros lançados pelas marcas americanas. Hoje, percebemos a presença em massa dos coreanos na Times Square. Só a Hyundai, investiu para divulgar o Sonata e Elantra, com fotos, vídeos e letreiros ao lado da Nasdaq, uma das bolsas de valores de Nova York.
No passado
No início do século passado, a Times Square era apenas um descampado em Nova York. Com a crise da bolsa de 1929, muitos desempregados usavam este espaço para pedir empregos em cartazes feitos de papelão e pano. Aos poucos, a economia americana foi se reestabelecendo, mas a prática de anunciar na praça continuou, porém de formas cada vez mais criativas, com paineis maiores, coloridos e diferentes, nos lugares da humildes cartolinas. A ideia deu certo e começou a procura de grandes corporações para anunciar sua marca em um dos espaços em todos os prédios em volta da Times Square.