Mais uma vez a Região Metropolitana de Belo Horizonte recebe o evento regional da Competição Baja SAE Brasil – Etapa Sudeste Fiat, que será realizado sábado e domingo, no campo de provas da CNH, no Distrito Industrial de Sarzedo. O campeonato, organizado pela Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE), reúne estudantes de engenharia, que aprendem a construir um veículo fora de estrada, o minibaja, passando por todas as etapas de produção, que incluem a elaboração do projeto e até a corrida por patrocinadores. A competição ocorre em três níveis: regional (etapas Sudeste, Sul e Nordeste), nacional, sempre no início do ano, e internacional, da qual participam os três primeiros colocados na etapa nacional, representando o Brasil nos Estados Unidos. De maneira geral, as provas consistem em apresentação dos projetos, testes de segurança e dinâmicos nos veículos e um enduro de resistência.
Na etapa Sudeste deste ano estão inscritas 23 instituições de ensino de Minas, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, além do Distrito Federal, já que não há uma etapa Centro-Oeste. As competições regionais, que facilitam a participação de um maior número de faculdades locais, pela própria proximidade geográfica, costumam ser teste para o evento nacional do ano seguinte. É a oportunidade de corrigir erros cometidos no projeto anterior ou aprimorar os acertos e, muitas vezes, de possibilitar aos iniciantes uma forma de contato mais próximo com as equipes veteranas.
UFMG Seis universidades representam os donos da casa. A equipe Baja UFMG, da Universidade Federal de Minas Gerais, aproveitou somente a base do carrinho que competiu no evento nacional, em março, e caprichou no novo baja. “Nosso objetivo foi melhorar o desempenho em curvas, reduzindo a massa do veículo para melhorar a dinâmica lateral”, afirma o capitão da equipe, Rafael Couto de Castro Alves. “Na competição nacional, na qual ficamos em oitavo lugar, fomos muito bem no relatório e na apresentação do projeto, mas nas provas dinâmicas e no enduro sentimos que as dimensões estavam exageradas”, continua. A bitola foi então reduzida em 120mm e a distância entre-eixos em 70mm, resultando em menor comprimento e largura. A massa total também foi reduzida de 8% a 10%.
CEFET Apesar de ter ficado em sexto lugar no evento nacional, faltou apenas 0,18 ponto para a equipe Cefast, do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet), estar entre as três melhores do Brasil. “Vamos repassar o conhecimento para os estudantes novatos do grupo com o objetivo de capacitá-los para o nacional de 2012”, enfatiza o presidente da equipe, Felipe Santos Eufrásio.
UNA Estreante (o grupo participou da competição nacional apenas com a apresentação do relatório), a equipe Una Baja, do Centro Universitário Una, tem os pés (ou as rodas) no chão. “Nosso carro é básico. Estamos seguindo as normas e nosso objetivo é participar de todas as etapas da competição e conseguir terminar o enduro”, explica o capitão André Luís Porto Pinto Coelho. “Ter ido à competição nacional para conhecer foi ótimo e constatamos que é preciso priorizar a suspensão, pois é a primeira que vai embora no momento do enduro”, reforça.
ITAJUBÁ A ergonomia do baja foi a prioridade da equipe Saci, da Universidade Federal de Itajubá, que este ano deixou de participar do nacional por não ter terminado um veículo novo a tempo, o que não é incomum na prova. “Notamos que o carro estava muito apertado para o piloto e melhoramos o conforto”, diz o capitão Leonardo Milagres Severo. A equipe usa material reciclado, como os das caixas de leite e suco, para o isolamento de alguns componentes eletrônicos. “Há componentes que precisam ficar isolados para não molhar durante o enduro e não sofrem esforço, então podemos usar esse material sem comprometer a integridade do sistema”, completa Leonardo.
VIÇOSA A equipe UFVBaja, da Universidade Federal de Viçosa, estreou no regional do ano passado. E no nacional deste ano os estudantes aproveitaram para observar as outras equipes. Assim como o pessoal da Una, o objetivo é cumprir as provas para aprimorar o veículo nas próximas competições. Atenção especial foi dada aos sistemas de suspensão e direção. A equipe planta árvores para compensar o carbono jogado na atmosfera. “Fizemos uma parceria com a empresa Lar Verde Lar, que fez o cálculo do quanto de carbono a equipe consumiu. Colocaram tudo, até o diesel gasto por um caminhão que foi buscar tubos de aço que usamos”, conta o capitão Sérgio Henrique de Moura Assis.
SÃO JOÃO DEL-REI Depois de conquistar o 15º lugar na competição nacional, a equipe Komiketo Baja UFSJ, da Universidade Federal de São João del-Rei, fez grandes mudanças no baja para a etapa regional. “Mexemos no sistema de direção, pois, no enduro do nacional, uma peça quebrou por fadiga”, afirma o capitão Tiago Carvalho Nascimento. Outra inovação foi no fire wall (parede que protege o piloto em caso de incêndio). “Seguimos a tendência das grandes equipes, que é de usar essa parede cortada, sem perder na proteção, pois ela inteira aumenta a pressão do ar e faz diminuir a velocidade. Cortada mais ou menos pela metade, melhora a aerodinâmica”, diz. A equipe ainda comprou motor novo, que é padrão, e mudou o visual, que ficou mais colorido.