Já é de praxe na Mercedes-Benz. Primeiro, a marca da estrela de três pontas apresenta o modelo normal, depois suas variações um pouco mais bravas e, por último, a que tem mais pimenta: aquela que é preparada pela AMG, sua divisão esportiva. No caso do SL, a nova geração foi mostrada no Salão de Detroit, em janeiro. Agora, chega a vez da opção com mais veneno, a SL 63 AMG, que ganhou novo motor e fez um regime para perder uns bons quilinhos.
Na AMG, geralmente o modelo passa por uma verdadeira transformação, que no caso do roadster seguiu a receita que mistura baixo peso, motor mais potente e comportamento dinâmico aperfeiçoado. A primeira parte da fórmula foi conseguida com a utilização de uma carroceria construída totalmente em alumínio, num trabalho similar ao que foi desenvolvido com o superesportivo SLS AMG; e por outras pequenas (mas importantes) inovações, como o suporte da tampa do porta-malas feito de um composto de fibra de carbono. Com esta dieta, o novo SL conseguiu não apenas emagrecer 125 quilos em relação à geração anterior, mas ganhar mais resistência (estrutural), ou seja, aumentando a rigidez torcional, a segurança e o conforto.
O segundo passo da receita foi dado em duas direções, pois a AMG colocou veneno (injeção de gasolina com spray dirigido, motor com cárter em alumínio, duplo turbo, eixo comando variável, intercooler e função start/stop) em duas doses, sendo uma forte e outra com um pouquinho mais de pimenta, que será vendida como opcional. Na primeira opção, o V8 5.5 desenvolve 544cv de potência e 81,6kgfm de torque; e, na segunda, 571cv e 91,8kgfm. Com toda essa tropa, a aceleração até 100km/h é feita em apenas 4,3 ou 4,2 segundos. A velocidade máxima é limitada (eletronicamente) em 250km/h na opção mais mansa e pode chegar aos 300km/h quando o modelo está equipado com o chamado pacote AMG Performance. Para completar o regime, o SL 63 AMG também bebe pouco, conseguindo uma média combinada (cidade/estrada) de 10,1km/l, impressionante para um esportivo desse porte.
LEVE E ÁGIL
Para aperfeiçoar o comportamento dinâmico, que seria a terceira parte da receita, a Mercedes trabalhou também com a redução de peso, desta vez nas juntas de direção e parte da suspensão traseira (do tipo multilink). Isso proporcionou agilidade e melhor resposta do conjunto mola-amortecedor. Com calibragem esportiva da AMG e vários aperfeiçoamentos, a suspensão foi desenvolvida com base no sistema Active Body Control (ABC). Por meio de um toque em um botão, o
motorista pode escolher entre a pegada esportiva (mais firme) e a confortável (Comfort). O câmbio tem sete marchas e pode funcionar de quatro maneiras: C (eficiência controlada), S (esportiva), S%2b (superesportiva) ou M (manual). Para quem gosta de arrancar e dar “tchauzinho” para os outros, existe o sistema Race Start, que proporciona uma aceleração relâmpago a partir da imobilidade.
Mesmo com a receita da divisão esportiva, o SL 63 AMG mantém o estilo elegante e refinado dos modelos da marca de três pontas, tanto por fora (grandes tomadas de ar, luzes diurnas, barra cromada em cruz, nova grade do radiador, painéis das saias laterais, defletor traseiro, duas ponteiras duplas cromadas e difusor de ar) como por dentro (quatro saídas de ar que se assemelham à turbina de jato, bancos esportivos em couro napa em um ou dois tons, acabamento em fibra de carbono, painéis das soleiras iluminados e volante e painel esportivos). Só para completar, o som que sai do escapamento é uma trilha sonora especial.