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MAN investe R$ 150 milhões em linha de montagem no RJ

Os caminhões pesados da marca alemã serão produzidos agora no Brasil

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Por Jacqueline Farid

Resende, RJ
- A MAN Latin America, fabricante dos caminhões e ônibus Volkswagen instalada em Resende (RJ), anunciou nesta quinta-feira, 14, o investimento de R$ 150 milhões nas instalações de uma nova linha de montagem de caminhões na unidade industrial fluminense. A capacidade de produção será de até 5 mil veículos ao ano, com a geração de cem empregos na região.

A nova linha, com 10 mil metros quadrados de área construída, terá início dos testes de operação ainda este mês e, após quatro meses de testes, "o processo será acelerado" para que, em 2011, novos caminhõesextra-pesados da marca MAN passem a ser comercializados no Brasil.

Segundo a assessoria da MAN, a empresa apresentará também o projeto para a criação de um parque de fornecedores perto da fábrica de Resende, para a geração de 700 empregos diretos. O parque deverá receber investimentos de R$ 85 milhões e as operações deverão ser iniciadas em 2010.

O parque será viabilizado por três fornecedores da MAN (ArvinMeritor, Maxion e Suspensys) e as empresas do novo polo vão trabalhar, segundo a assessoria da fábrica de caminhões, em três turnos de produção.

Cinco anos

O presidente da MAN Latin America, Roberto Cortes disse que a "recuperação em V" do mercado brasileiro de veículos automotores já é uma realidade desde o último trimestre do ano passado e a empresa confirma os investimentos de R$ 1 bilhão no País em cinco anos a partir do ano passado, já que considera que há "um ambiente econômico e político muito favorável" no Brasil. Segundo ele, há "potenciais de crescimentos significativos" com a realização de eventos como Copa do Mundo e Olimpíadas e as operações de exploração da camada pré-sal de petróleo.

Ele explicou que, como resultado desse ambiente econômico favorável e o aquecimento do mercado brasileiro, a fábrica de Resende iniciou um terceiro turno de produção em março, com a contratação de 700 funcionários, com o objetivo de elevar o patamar de produção de 50 mil unidades ao ano para 72 mil unidades anuais, capacidade que segundo o executivo "deve ser bastante suficiente para suprir as demandas nos próximos anos, em termos de capacidade estamos confortáveis".

O executivo comemorou o que chamou de "o maior negócio de ônibus de todos os tempos", que é o fato de que a MAN Latin American acaba de vencer uma licitação do Programa Caminho da Escola, desenvolvido pelo governo federal, para a venda de 4 mil ônibus completos para prefeituras.

A empresa anunciou hoje investimentos de R$ 235 milhões na instalação de uma nova linha de montagem e um parque de fornecedores em Resende. Segundo Cortes, os investimentos podem chegar a R$ 250 milhões, já além dos R$ 150 milhões da linha de montagem, os recursos para o parque, calculados em R$ 85 milhões, podem ser elevados para R$ 100 milhões.

Marca forte

O presidente mundial do Grupo MAN, Georg Pachta-Reyhofen disse que a MAN Latin America (fábrica de caminhões e ônibus da Volkswagen instalada em Resende, no interior do Estado do Rio) e o Brasil são prioridade para o grupo porque estão "dentro da estratégia de atendimento aos Bric". Segundo ele, o retorno do crescimento mundial está acontecendo sobretudo nos Bric (Brasil, Russia, India e China), "países que já retornaram ao crescimento da economia, com algum retardo da Russia".

Segundo ele, 2009 foi um ano "extremamente difícil" para a MAN por causa da crise mundial, que levou a uma queda de 20% no faturamento da empresa e, ainda que o ano de 2010 prossiga como "severo" para a atividade de veículos comerciais na Europa, a MAN Latin America deverá vivenciar uma outra realidade, com perspectiva de expansão. "No Brasil a ideia é fortalecer a marca Volkswagen e lançar caminhões pesados da MAN", disse em entrevista para anúncio de novos investimentos, no total de R$ 235 milhões, numa linha de produção e criação de parque de fornecedores na unidade de Resende.

De acordo com Pachta-Reyhofen, o início de um terceiro turno na fábrica fluminense a partir de março foi "um importante sinal" dado à empresa, em termos mundiais, da recuperação do mercado brasileiro.