Nos últimos anos, as marcas coreanas têm sido particularmente ávidas em revelar carros-conceito nas mostras internacionais. Na atual edição do Salão de Genebra não foi diferente, e os conceitos orientais ficaram ainda mais em evidência, pois boa parte dos protótipos dos grandes fabricantes europeus eram, na verdade, variações de modelos de produção.
A Hyundai, maior fabricante da Coréia do Sul, marcou presença com o HED-5 i-Mode. O veículo não tem o apelo de um superesportivo e as dimensões de um grande utilitário, mas, em tempos de crise no mundo desenvolvido, a marca resolveu usar o conceito para demonstrar outras habilidades do seu time de projetistas.
Em vez de desempenho, o foco desse monovolume é combinar estilo vanguardista com uso de materiais inovadores e tecnologias ecologicamente corretas. Para atingir o objetivo, a Hyundai trabalhou em parceria com fornecedores e até mesmo empresas da área de telecomunicações.
Exemplos do uso de materiais avançados estão no acabamento da carroceria, que é capaz de 'cicatrizar' pequenos arranhões, sem necessidade de intervenção externa, ou mesmo na adoção de compostos para os painéis externos e vidros, que são mais leves e resultam em um veículo que consome e polui menos.
No interior há uma rede sem fio, que transforma o veículo em uma extensão do escritório. É possível conectar-se à internet, ler e-mails e baixar música por meio das telas que ficam embutidas no console do teto. Para aumentar a interatividade, podem-se também usar teclados e joysticks sem fio.
Outra novidade do modelo é o assento giratório do passageiro da primeira fila. É verdade que bancos desse tipo já foram usados em outros conceitos, mas no caso do i-Mode, na posição virada o encosto muda de formato, ficando confortável como uma poltrona da sala de estar. O sistema ainda conta com cintos de segurança integrados ao próprio assento, para garantir a segurança em qualquer posição. Os assentos da segunda fileira, por sua vez, deslizam para aumentar o espaço e facilitar a operação de reposicionamento do banco da frente.
Em termos de estilo, a Hyundai tentou ser tão ousada quanto possível em um monovolume. Abusou das curvas e buscou diferenciar o modelo pelo uso pouco convencional do vidro como elemento de estilo. Da terceira janela, que não acompanha a linha de cintura, passando pelo vidro panorâmico, que aumenta a sensação de espaço.
Como estamos falando de racionalidade sobre emoção, a escolha de motor deve estar em sintonia com a proposta. No caso do i-Mode, a escolha foi por turbodiesel 2.2 de quatro cilindros. O propulsor conta com turbocompressor de dois estágios, que gera potência de 215 cv, mas consegue obedecer às normas antipoluição Euro 5 e Euro 6, que só entrarão em vigor em 2009 e 2011, respectivamente.