Os 3,1 mil metalúrgicos da unidade da Volkswagen em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, completam nesta quinta-feira 22 dias de paralisação, ultrapassando os 21 dias registrados em setembro de 2009 na greve mais duradoura até então do setor automotivo no Paraná. Os trabalhadores pedem R$ 12 mil de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), dos quais R$ 6 mil a serem pagos de imediato. A empresa ofereceu R$ 4,6 mil como primeira parcela, deixando a segunda para ser discutida durante o ano.
Amanhã de manhã, os metalúrgicos voltam a se reunir em assembleia para decidir os rumos do movimento. A previsão é que continuem de braços cruzados.
De acordo com o sindicato, até hoje a empresa tinha deixado de fabricar 12.960 veículos, o que significa que aproximadamente R$ 453 milhões não foram faturados, levando-se em conta o preço médio de R$ 35 mil por carro. A unidade fabrica os veículos Fox, CrossFox, Fox Europa e Golf. Alguns fornecedores de peças para a fábrica já estão sentindo os reflexos da greve, com redução no volume de produtos e concessão de férias para trabalhadores.
A Volkswagen entrou com pedido de dissídio no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). O processo ainda está sendo analisado e pode entrar na pauta da sessão do órgão especial que trata de dissídios que se realizará no dia 6 de junho. De acordo com o sindicato, alguns funcionários receberam os salários da quinzena de maio com desconto dos dias parados. Por isso, a entidade colocou o fundo de greve à disposição dos funcionários que desejarem.
O fundo foi criado no ano passado e é formado com 10% de toda a arrecadação do sindicato, contando também com auxílio da Força Sindical nacional. Cada trabalhador tem direito a até R$ 1 mil em créditos no Cartão Fidelidade SMC. Eles podem ser utilizados na rede conveniada, que possui supermercados, postos de combustíveis e farmácias, entre outros estabelecimentos. A direção da Volkswagen não tem comentado o desenrolar do movimento.