Depois de críticas internacionais e batalhas no Judiciário, o governo recua e pode flexibilizar a medida do aumento dos 30 pontos porcentuais do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre carros que não são fabricados no Brasil, para beneficiar montadoras que prometem instalar fábricas no país. A novidade foi anunciada na última terça-feira (18), pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel.
De acordo com o ministro, será elaborada uma alternativa para as empresas que garantirem o investimento no Brasil.
Por meio da assessoria de imprensa, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior informou que o Governo está aberto a negociações com as montadoras que queiram apresentar planos de investimentos no Brasil, mas deixou claro que cada caso será estudado individualmente. O Governo ainda não definiu como será flexibilizado o imposto e não informou se algum quesito da regra que aumenta IPI será derrubado para facilitar o diálogo.
Nas últimas semanas, duas montadoras já procuraram o ministério para audiência e apresentar planos de construção de fábricas, com a intenção de evitar o pagamento do IPI mais alto. São elas: a chinesa Jac Motors e BMW. A montadora alemã confirmou que apresentou suas intenções no Brasil ao Governo, mas que ainda não há nada definido. São planos para médio/longo prazo, disse a BMW através da assessoria de imprensa.
O Uruguai foi outro país que protestou a medida tomada pelo Brasil e conseguiu uma exceção para exportar carros com 50% de peças uruguaias. Na semana passada, os maiores exportadores mundiais de veículos questionaram o aumento do IPI na Organização Mundial do Comércio (OMC).