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Golf 7 poderá ser fabricado no Brasil

Protecionismo do governo federal às marcas que têm fábrica no país estimula Audi e VW a mudar estratégia e voltar a produzir no Brasil modelos recém-lançados na Europa

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Plataforma denominada MQB é compartilhada por modelos das duas marcas do grupo e o Golf 7 poderá ser fabricado no país, aposentando o Golf 4

 

 

O Leandro Radomile, presidente da Audi Brasil, confirmou durante a apresentação do novo A3 Sportback na Europa que a marca estuda voltar a produzir no Brasil, pois o governo está criando proteções para a indústria nacional e a importação de automóveis estará sempre sujeita a impostos mais elevados, dificultando sua competição no mercado. Entre as hipóteses de viabilizar a nacionalização de modelos do grupo Volkswagen no país, uma das mais prováveis é voltar a produzir na unidade de São José dos Pinhais, no Paraná, o Golf 7 e integrantes da "família" A3. Exatamente a mesma decisão tomada pelo grupo VW no fim da década 1990, quando Golf 4 e Audi A3 dividiram a linha de montagem na fabrica de Pinhais.

Radomile lembrou que, se Volkswagen e Audi apresentarem ao governo brasileiro um plano de investimentos para produzir no Paraná automóveis das duas marcas, ambas poderão importar seus modelos sem pagar os 30 pontos percentuais adicionais de IPI. A VW poderia trazer imediatamente o recém-lançado Golf 7 da Alemanha, a Audi faria o mesmo com o novíssimo A3, já comercializado na Europa no modelo hatch três portas e lançado agora como Sportback, um hatch cinco portas, até que ambos sejam nacionalizados. A decisão de voltar a produzir Golf e Audi no Paraná ganha um reforço com a nova plataforma MQB a ser utilizada por vários modelos do grupo VW: além da sétima geração do Golf, esse mesmo chassis será utilizado também pelo A3 (hatch três e cinco portas e o sedan a ser lançado em 2013), pelo SUV Q3 e até pelo Audi A4.

O utilitário Q3 é derivado do A3 e tem tudo para ser nacional



Leandro Radomile e Thomas Schmall, presidentes da Audi e da Volkswagen no país, estudam viabilizar a produção de modelos das duas marcas em Pinhais. Primeiro, porque já passou da hora de a VW substituir o velho Golf 4 pela nova geração do carro. Segundo, para que o A3 – agora uma família de modelos – volte a ter, como no passado, uma expressiva participação no mercado brasileiro. Afinal, tanto BMW quanto Mercedes-Benz já anunciaram que irão produzir seus modelos de entrada no Brasil, o Serie 1 e o Classe A. Mas, das três alemãs de luxo, a Audi é que tem a faca mais afiada e o queijo na mão para nacionalizar seus modelos, exatamente pela possibilidade de atuar em parceria com a Volkswagen, diluindo custos de ambas num projeto que contemplaria maior volume de unidades fabricadas.

INDÍCIOS Nos bastidores da VW, a decisão para a produção do Golf 7 em São José dos Pinhais (PR) será tomada até o fim do ano. As cotações de peças com os forncedores estão muito avançadas. Um detalhe interessante é que todos os estudos são feitos de forma compartilhada para produção de outro modelo, leia-se Audi A3, com o qual a nova geração do Golf divide a plataforma MQB.

Algumas unidades do A3 já estão em testes com o motor 1.4 TFSi com tecnologia flex e potência estimada de 140cv. O motor TSFi poderá inclusive ser fabricado na planta de São Carlos (SP). Porém, há uma corrente na fábrica que é a favor da manutenção do motor 2.0 do Golf atual, sendo que esse propulsor está sendo retrabalhado para render 145cv com etanol.

 

Unidades do A3 rodam em testes no país com motor 1.4 flex