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Futuro - Ajustes finos

Na última matéria sobre os 50 anos do cinto de segurança de três pontos, são mostradas tecnologias em desenvolvimento e que podem equipar os veículos nos próximos anos

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Imagem mostra cintos de segurança com pré-tensionadores e limitadores de força

Desde que o sueco Nils Bohlin inventou o cinto de segurança de três pontos pequenas alterações foram feitas, mas a estrutura básica se manteve. A longevidade atesta a criação do engenheiro, que chefiava o departamento de segurança da Volvo, e de acordo com as pesquisas em andamento ainda deve permanecer por muitos anos como símbolo dos automóveis seguros. Uma importante modificação aconteceu 10 anos depois da criação, quando foi desenvolvido o mecanismo para que os cintos se tornassem retráteis, o que os deixou mais confortáveis e flexíveis.

Para o futuro, uma alternativa pode ser um híbrido entre cinto de segurança e airbag desenvolvido pela Mercedes-Benz. A tecnologia foi apresentada no carro conceito ESF e funciona quando os sensores detectam um acidente grave. O volume do Belt Bag - fusão das palavras cinto de segurança (seat belt) e airbag - é de quatro litros e, caso se torne realidade, trará maior benefício para os passageiros do banco traseiro, onde airbags convencionais não podem ser instalados. O Belt Bag evita a pressão do cinto e reduz o risco de lesões, o que é benéfico para os passageiros idosos, que não têm a estrutura óssea resistente.

De acordo com o chefe do Departamento de Segurança Interior da Volvo, Lennart Johansson, outros sistemas podem complementar e ajudar o trabalho do cinto, que é reter o ocupante no banco. Um exemplo é o pré-tensionador, que recebe um sinal do sensor de colisão e aperta o cinto contra o corpo do ocupante. Assim, é possível adequar a força com que o corpo é contido. A limitação da força pode variar dependendo da situação. O que determina quando e como o pré-tensionador dos cintos e os limitadores de força serão utilizados é o tamanho do ocupante e o tipo de colisão, obtidos por meio de sensores instalados em todo o carro, que alimentam o computador de bordo.

Johansson acredita que o cinto atual continuará sem alterações durante muito tempo. O que pode mudar, na opinião dele, é evoluir para o cinto de quatro pontos de fixação e a criação de uma maneira mais simples de usar. Carros sem cinto de segurança? ?Somente quando garantimos que os carros não se envolverão em colisões poderemos acabar com o cinto. Mas isso está muito longe ainda, mesmo que exista um monte de investigação em curso nessa área?, aplica Johansson.

Equilíbrio

Por isso, existem duas linhas de estudo para o cinto. Uma para torná-lo mais seguro e a outra para deixá-lo mais simples. Vários fabricantes estudam o cinto de quatro pontos, mas ainda não foi encontrado o equilíbrio adequado. A principal vantagem é segurar o ocupante de forma mais eficaz em caso de capotamento (por isso, é tão usado pelos pilotos de rali). Porém, a forma mais eficiente é em formato de cruz, formando um x no corpo, pois o corpo humano é mais forte na região da caixa toráxica e tem maior chance de absorver a colisão. O desafio, porém, é encontrar a melhor forma de anexar o ponto superior do cinto no centro do carro, onde não há ponto de fixação natural na carroceria.

Há quem considere usar o cinto algo complicado. Para esse tipo de usuário, já foi estudado uma fivela que se ressalta do banco, quando alguém se senta. O que facilita para encontrar o cinto, especialmente no banco traseiro. Outra ideia é a costura iluminada, que facilita localizar o cinto no banco traseiro à noite. Já foram também testados sistemas totalmente automáticos, em que o cinto é preso após o passageiro entrar no carro. O problema neste caso não é técnico e, sim, a lógica de como deve ser usado. Pois não é simples saber qual o momento ideal para atar o cinto. Quando se fecha a porta? Quando se liga a ignição?