De São Francisco (EUA) - O caderno de Veículos do jornal Estado de Minas e o Portal Vrum avaliaram, com exclusividade nos Estados Unidos, o novo modelo da Ford, que chega ao país em breve. O Edge marca a entrada da montadora no segmento dos crossovers, veículos que misturam características de utilitário-esportivo (também chamados de SUVs) com perua. Em comum com os primeiros, têm a posição elevada de condução, as proporções avantajadas e boa altura livre do solo. Em relação aos veículos de passeio, o parentesco se dá pela construção em monobloco, o que ajuda a diminuir o peso, reduzir o consumo e melhorar a estabilidade.
À primeira vista, o Edge realmente se parece com uma perua superdesenvolvida. A grande inclinação do pára-brisas e vidro traseiro, as rodas de liga leve cromadas, a grade dianteira e as lanternas posteriores têm semelhanças com o Ford Fusion (com o qual o Edge compartilha a arquitetura) e ajudam a distanciar o visual do Edge dos veículos utilitários. Mas, em termos de tamanho (o modelo tem 4,71 m de altura, 2,01 m de largura e 1,75 m de altura), o veículo fica mesmo mais próximo dos SUVs.
Moderno
O interior é moderno, com detalhes cromados, para dar uma aparência mais luxuosa. A versão avaliada, a topo de linha, está equipada com bancos revestidos em couro, com regulagem elétrica para o motorista; climatizador automático individual; sistema de navegação por satélite; sensor de estacionamento na traseira; além do seating flexibilty, sistema que permite o recolhimento ou remoção do banco do passageiro da frente ou de trás, que é bipartido do tipo 60/40. A única lembrança da natureza potencialmente utilitária do Edge é o acionamento do freio de estacionamento, que é feito por um pedal, à esquerda do motorista.
Entre os itens de segurança estão cintos de três pontos, com apoio de cabeça para todos os ocupantes (inclusive para o passageiro do meio de banco traseiro), airbags duplos frontais e de cortina, além de controle de estabilidade, com sensor de capotamento, e sistema de monitoramento da pressão dos pneus.
Ao volante
Há apenas um motor disponível para o Edge: o V6 3.5, que desenvolve 268 cv de potência e 34,6 kgfm de torque. Os números parecem impressionantes, mas, como o carro (que veio equipado com a tração integral permanente, sem reduzida, que é um item opcional) pesa quase duas toneladas (1.910 kg), o desempenho é adequado, mas longe de merecer elogios. O câmbio automático (de seis velocidades) ajuda a manter o torque mais ou menos constante, aumentando a segurança em ultrapassagens. Mas não há opção de trocas manuais.
O carro foi avaliado em auto-estradas , onde a velocidade máxima permitida chega aos 120 km/h, na cidade e em estradas secundárias, com muitas curvas. Não há dúvidas de que o Edge se comporta melhor em vias principais, pois as velocidades mais altas são mantidas a giros relativamente baixos , o que contribui para um nível de ruídos moderado, e a posição de condução é elevada, o que transmite uma (falsa) sensação de segurança.
Na cidade, o problema é o diâmetro de giro muito grande, que dificulta as manobras de estacionamento. Já em trechos sinuosos, com suspensões independentes nas quatro rodas, o motorista sente os efeitos da elevada altura do solo. Sem contar que a coluna do pára-brisas bloqueia a visão em curvas fechadas para a direita.
Não há data para a chegada do Edge ao Brasil. A versão testada custa, nos EUA, US$ 34,3 mil (aproximadamente R$ 61,2 mil).