De São Paulo (SP) - Poucas novidades e muito entusiasmo. O 16º Salão Internacional do Transporte (Fenatran 2007), aberto ao público de segunda a sexta-feira desta semana, no parque de exposições Anhembi, em São Paulo, tem poucas novidades em relação ao lançamento de produtos, já que a maioria teve a apresentação antecipada pelas montadoras. A feira, porém, diferentemente de anos anteriores, é um cenário vivo de empolgação e otimismo por parte do setor. A cada estande são apresentados números recordes de vendas, com dados de aumento expressivo de participação de mercado, valorizados por cada empresa, com foco no segmento em que atua.
A maior preocupação é a falta de infra-estrutura para transporte no Brasil, com estradas precárias e números impressionantes de acidentes. "Das 35 mil mortes computadas no Brasil anualmente, 8 mil envolvem caminhões", ressaltou o presidente da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC & Logística), Geraldo Vianna, que cobrou do presidente Lula - presente na abertura do evento - um programa imediato de renovação da frota, com mecanismos de sucateamento de veículos velhos e de financiamento facilitado para a aquisição de novos caminhões. Discussão que o presidente prometeu para logo que retornar de viagem à Africa. Ele também elogiou o novo modelo de concessão para privatização de rodovias, cujo leilão foi realizado no início do mês.
Fiat
A marca mostra na Fenatran o Ducato Minibus com teto alto e passo longo, para 15 passageiros, além do motorista. O veículo tem entre-eixos de 3.700 mm e vem com motor 2.8 diesel com sistema Common Rail (127 cv) de injeção direta e controle eletrônico. Também estão expostos outros modelos da linha: o Ducato Limousine, preparado para transporte de passageiros VIP; e o Ducato Combinato, com baú para transporte de pequenas e médias cargas – um protótipo com a intenção de testar a receptividade do público.
Agrale
Comemorando 42 anos de atividades, a marca lança o caminhão 13000 6x2, com terceiro eixo, entrando no segmento dos médios. O veículo tem as mesmas características do 13000, recentemente lançado, mas tem peso bruto total (PBT) de 20,7 mil quilos, em virtude do terceiro eixo e do eixo traseiro de dupla velocidade. O motor é MWM 6.10 TCA Euro III, de seis cilindros e potência de 173 cv. O preço sugerido é R$ 143 mil. A marca mostra, ainda, a linha Marruá 2008, com destaque para os AM 200 e AM 200 CD (cabine dupla), com capacidade de carga e PBT de 4,3 mil kg. São equipados com motor MWM Sprint 4.07 TCE Euro III, de 4 cilindros e potência de 140 cv.
Iveco
Novas linhas Daily e Stralis. Trazendo a assinatura do famoso designer italiano Giorgetto Giugiaro, a linha Daily já está preparada para uso do biodiesel e o principal destaque, segundo a marca, foi a redução de consumo obtida com o novo motor F1C. Será comercializada nas versões chassi-cabine e furgão. O caminhão pesado Stralis chega ao mercado a partir de novembro com nova cabine de interior luxuoso, novo painel e computador de bordo multifuncional, nas versões 4x2, 6x2 e 6x4. A marca expõe também o caminhão Trakker (produzido na Argentina), que chamou a atenção do público. A Iveco confirmou sua intenção de passar a produzir o veículo na fábrica de Sete Lagoas, admitindo ser este o motivo de expor o veículo na Fenatran.
Volkswagen
A montadora mostra os novos extrapesados da linha Constellation, com motor VW NGD 370, nas versões cavalo mecânico 4x2 e 6x2 e chassi rígido 6x4, para uso fora-de-estrada. As versões têm preço sugerido em torno de: VW 19.370 (4x2), R$ 275 mil; VW 25.370 (6x2), R$ 288 mil; VW 31 370 (6x4), R$ 300 mil. Toda a área comercial da empresa foi transferida para a Fenatran, esta semana, com o intuito de melhor atender o público do setor.
Renault
Foco nos veículos transformados da linha Máster. Duas versões para uso executivo, sendo uma para sete lugares mais carga (em torno de R$ 80 mil), e outra para 15 lugares (cerca de R$ 110 mil), estão sendo apresentadas. Nasceram de demanda dos clientes e, embora a primeira tenha foco nas entidades de serviços públicos, pode ser também encomendada por empresas privadas.
Ford
Da Série F, a Ford apresenta o F-4000, com distância entre-eixos alongada, e o F-4000 4x4, ambos com lançamento previsto para 2008. O modelo van Transit foi trazido da Europa para um teste conceitual no mercado brasileiro e chama a atenção no estande. Comemorando 50 anos de Brasil, a marca expõe o F600 1957, primeiro caminhão fabricado no Brasil. O diretor de Operações da Ford Caminhões América do Sul, Oswaldo Jardim, anunciou que serão investidos R$ 300 milhões no Brasil e América do Sul, nos próximos cinco anos, principalmente no desenvolvimento de novos produtos.
Volvo
A sueca também entra no clima nostálgico, celebrando os 80 anos da marca e três décadas de Brasil, e aproveita para expor seu primeiro caminhão, o Série 1, fabricado em 1927, com 28 cv e capacidade de carga de 1,5t; e o N10, primeiro caminhão fabricado no país, em 1977. Mas, a grande atração do estande é o conceito Volvo Safety Truck, um FH Top Class 6x4, com potência de 520 cv, que tem todos os equipamentos de segurança, produzidos pela montadora sueca (sistema ativo de proximidade, sistema de controle de faixas, um tipo de bafômetro que impede a partida do veículo em caso de o motorista estar alcoolizado, entre outros).
Scania
O destaque é a cabine G, reestruturada internamente e voltada para a mobilidade do operador. A cabine compõe o G 470 10x4, com capacidade de carga líquida de até 50t, e voltado para atividades severas, como de mineração. É intermediária entre a P (montada em posição baixa no chassi) e a R (montada em posição elevada),também mostradas na feira. Na linha de motores de 12 litros, duas novas versões, com potências de 440 cv e 470 cv, além das já existentes, de 420 cv e 380 cv.
Mercedes
Voltando a adotar o nome de Mercedes-Benz do Brasil, a empresa mostra o caminhão pesado 2726, com cabine avançada, para o fora-de-estrada, que chega ao mercado nas versões betoneira, basculante e plataforma. O motor é o OM 906 LA de 260 cv. Também podem ser vistos a versão especial do Axor 2644 6x4 e o Actros 4144 8x4, para aplicações severas, como mineração e construção civil.
(*) A jornalista viajou a convite da Anfavea.