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Enquete - A opinião de quem vai fazer

Estudantes de engenharia envolvidos com a competição Baja SAE Brasil avaliam os atuais projetos automotivos vendidos no país e dizem o que poderia ser feito para melhorá-los

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Leilão acontecerá no dia 17 de novembro Fotos: RM Sotheby’s/Divulgação

Poucos profissionais são tão entusiasmados quanto os graduandos e recém-formados. A energia criativa desses jovens costuma ser aproveitada por programas de talentos de vários setores. Justamente para sabermos qual é a opinião de um grupo bem particular de jovens, os projetistas automotivos, fizemos uma enquete durante a Copa SAE Baja realizada de 22 a 25 de março em Piracicaba (SP) para saber a opinião deles sobre os automóveis fabricados no país. Para começar, lembramos aos estudantes e formandos de engenharia que o mercado brasileiro é composto em sua maior parte por hatchbacks de entrada. E buscamos saber qual é a avaliação deles, pontos críticos e o que poderia ser melhorado na indústria na qual eles estão entrando. Entre os pontos mais comuns, a maioria destaca o preço e a simplicidade dos projetos e dizem que tanto o governo quanto o próprio mercado têm que exercer maior pressão.

“A indústria mundial já está investindo em carros verdes, porém eles custam um absurdo aqui. A indústria nacional deveria investir mais nisso”
Gabriel Aguiar, 21 anos, estudante do sétimo período da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ).

“Embora a indústria fique ligada à questão da eficiência, eles acabam se voltando mais para a economia de custos. Investimentos em inovação são fundamentais”,
Victor Rodrigues, 21 anos, aluno do 6º período do Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

“As classes populares estão tendo acesso, só que os carros no Brasil ainda são muito caros. Um modelo de US$ 20 mil lá fora chega a R$ 80 mil aqui. Mesmo assim, em muitos países as tecnologias são mais difundidas”
João Victor Scognamiglio, 22 anos, estudante do 5º período da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

“Os atuais modelos não satisfazem. O padrão de segurança médio é muito inferior, até no que diz respeito aos motores 1.0, e o fato do governo criar novas barreiras também deixará a indústria ainda mais acomodada”
Leandro Santos, 23 anos, estudante do 9º período da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

“As montadoras usam a brecha de que o básico está bom. Ou seja, falta um pouco de exigências dos consumidores e regras mais duras do Estado também”
Matheus Henrique Andrade, 21 anos, aluno do 6º período do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG).

“Ainda acho que são muito caros pelo que oferecem. Principalmente os modelos mais acessíveis e antigos, como o Fiat Uno”
Ana Carolina de Souza Mendes, 21 anos, aluna do 6º período da Escola de Engenharia de São Carlos da USP.

“O acabamento, em relação ao preço, é muito ruim. Um Honda Fit sai por uns US$ 15 mil lá fora e aqui chega a mais de R$ 60 mil. Ainda tem que acrescentar muitos itens de série. Só que a chegada dos chineses não é solução, o mercado exige qualidade”
Giovanni Vitor Milli, 20 anos, aluno do 4º período da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).