São muitos os artifícios usados pelos designers para agradar clientes e incrementar as vendas de diversos modelos com outro apelo de marketing.
Esportivos
As versões esportivas têm público cativo, geralmente os que gostam que o carro tenha aspecto jovem, insinuante. O gerente do Centro Stilo Fiat América Latina , Peter Fassbinder, explica que o trabalho dos designers para criar uma opção esportiva para determinado modelo geralmente busca inspiração nas pistas de corrida. "Os carros das provas de turismo geralmente são desenvolvidos a partir de modelos de rua e servem de fonte para os designers, com suspensões rebaixadas, rodas maiores, entre outros recursos".
Como nesses carros de competição os faróis são praticamente inutilizados, os projetistas os adotam com máscara negra, que passam a sensação de serem menores ou inexistentes e não exigem grandes investimentos, já que não há mudanças na lataria. As lanternas com lentes escurecidas seguem a mesma filosofia, ou seja, diminuir a percepção da presença delas. Outros "penduricalhos" que vêm das competições são as minissaias laterais, para aparentar que o carro está mais próximo do chão; os apêndices aerodinâmicos (os chamados aerofólios de teto); e as rodas de liga leve com pneu de perfil baixo e desenho exclusivo, bem diferente das versões normais. Já os adesivos são itens de personalização e permitem ampla gama de expressões, quase sempre voltadas para realçar movimentos.
Aventureiros
Para a galera da mochila nas costas, os designers já trabalham com a roupagem aventureira, que vem ganhando espaço no mercado brasileiro. A ênfase, como ressalta Peter Fassbinder, é na robustez. "O carro tem que parecer forte, capaz de encarar esses desafios". Para essas versões, os designers trilham o caminho quase inverso dos esportivos: a suspensão é elevada e o perfil dos pneus mais alto. A ideia do veículo mais alto remete diretamente à capacidade que o carro tem de rodar por estradas de terra com buracos, pedras, valas etc.
Embora não seja um legítimo fora de estrada, essas versões devem se parecer com um. Por isso, algumas opções têm estepe na traseira (esse recurso passa a sensação de praticidade na hora da troca do pneu em lugares mais difíceis), pneus mistos (terra/asfalto) e peças de plástico que imitam estribos laterais, quebra-matos e protetores de aço para motor e câmbio. Nessas versões, as rodas também são específicas e devem exalar robustez. A regra básica é pouca roda e mais borracha. As peças de acabamento plástico externas têm a função de proteger a carroceria. Embora gostem de encarar pequenas aventuras, esse público também curte preservar a lataria do carro.
Elegantes
Para quem curte um carro mais chique, elegante e requintado, o caminho é valorizar mais a carroceria, deixando um pouco de lado os elementos estilísticos. ?A lataria tem que estar bonita nessas versões?, afirma Fassbender. Ele conta que, nesse caso, o trabalho dos designers é valorizar as próprias linhas da carroceria. E isso pode ser feito, por exemplo, com cromados, que podem ocupar grades, frisos laterais e na tampa do porta-malas e até molduras de vidros e faróis de neblina. "Quando fizemos uma clínica para lançarmos o Linea o Brasil, o público consultado pediu o acréscimo de cromados".
Outro elemento que realça o aspecto mais requintado é o número de raios da roda de liga leve, que são mais abundantes nas versões mais sofisticadas e em menor número nas esportivas. "Muitos raios remetem aos carros antigos, a um ambiente de mais glamour", explica Fassbender. As opções mais chiques, em geral, também têm faróis maiores, mais elaborados, que refletem mais luz, e vidros verdes, que passam a idéia de preservação do ambiente interno.