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De Juiz de Fora para o mundo

Para tirar a fábrica instalada em Minas Gerais da ociosidade, a Mercedes-Benz produz o Sports Coupé, com componentes importados e a maioria das unidades destinadas à Europa

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Foto:

A estrela de três pontas da Mercedes-Benz está na grade, pintada em grafite

Elefante branco. Foi o que virou a fábrica da Mercedes-Benz em Juiz de Fora, quando encerrou a produção do Classe A. Como quebra-galho, a empresa decidiu usar a linha de montagem para o Sports Coupé, já em fim de linha, pois a nova geração do modelo será lançada no próximo Salão de Genebra, em março.

O Sports Coupé era montado no regime de draw-back, ou seja, com todos os componentes importados da Alemanha sem pagar impostos, mas com o compromisso de exportar toda a produção. Quando essa operação foi anunciada pela empresa, vazou a informação de que, ao encerrar a montagem desse modelo, seu sucessor também seria produzido em Juiz de Fora, com uma diferença: alguns fornecedores locais iriam desenvolver ferramental para fabricar parte dos componentes.

Não deu outra: no último mês de outubro, a fábrica de Juiz de Fora iniciou a montagem do novíssimo Sports Coupé, que a imprensa européia especula que poderá mudar de nome e passar a se chamar CLC.

Já foram produzidas cerca de 70 unidades, chamadas de pré-série e algumas delas já estão sendo testadas em estradas próximas à fábrica. Na última quarta-feira, o modelo foi flagrado pelo jornal Estado de Minas e pelo Portal Vrum.

Estilo
A nova Sports Coupé mantém a unidade visual da Classe C (o modelo sedã já está sendo importado para o Brasil), mas conserva a carroceria em formato de cunha, como o modelo anterior. A estrela de três pontas está na grade, que é pintada em grafite. O nome Mercedes-Benz vai na ponta do capô. Na dianteira, sensores de estacionamento instalados em pontos estratégicos.

As lanternas traseiras invadem a tampa do porta-malas e há sensores de estacionamento para auxiliar o motorista. Foram produzidas no Brasil cerca de 6 mil unidades do antigo Sports Coupé (abaixo)


Na traseira, as mudanças são mais tímidas. As lanternas invadem a nova tampa e a placa fica no centro, em posição mais alta. O detalhe fumê, localizado acima das lanternas na geração anterior, continua presente. A área envidraçada da tampa foi reduzida: ocupava antes toda sua extensão, mas agora se restringe a dois espaços menores ao lado do brake-light. A logomarca da montadora está maior, ficando entre os dois detalhes de vidro. Há também na traseira sensores de estacionamento para ajudar o motorista nas manobras. O interior do carro mantém as mesmas características da nova geração do Classe C.

Produção
O Sports Coupé foi lançado na Europa em 2000 e chegou ao seu pico de produção entre 2003 e 2004, com mais de 50 mil unidades anuais. No Brasil, segundo dados da Anfavea (associação das montadoras) foram produzidas, de abril a outubro, 6.124 unidades do antigo modelo. As previsões da empresa para o novo modelo são mais modestas e estima-se um volume de 25 a 30 mil unidades anuais. Mesmo com a nacionalização de parte dos componentes, o carro, por ser sofisticado, teria um preço elevado no Brasil, próximo aos R$ 200 mil reais. Praticamente toda a sua exportação será destinada ao mercado europeu.

Como a produção do Sports Coupé será toda concentrada em Juiz de Fora, respiram aliviados os funcionários da fábrica, a economia mineira e o governador Aécio Neves.