Calorosos como nós, brasileiros, os bogotanos receberam o Mundial de Sub-20 com festa. Decoraram suas casas, saíram às ruas vestindo as camisas das seleções de futebol e, com relógio em punho, não perderam nenhum jogo. Parecia até época de Copa do Mundo. Entre os táxis da capital colombiana, outrora marcada por uma frota de Chevrolet Chevette quatro portas produzidos localmente (daqueles que são raridade no Brasil), parte dos taxistas decorou o capô dos carros com a bandeira da Colômbia, numa paixão que remete à preferência por modelos Hyundai na praça.
City Táxi, o preferido Nas ruas de Bogotá, o menor modelo da marca coreana, o Atos Prime, mistura de hatchback com monovolume, é tão popular quanto os ônibus “colectivos”, que aos poucos têm sido banidos pelos articulados (brasileiros de coração, com orgulho) do sistema Transmilenio. Tem Atos para todo lado e em diferentes tons de amarelo, num padrão que certamente é fiscalizado com vista grossa pela Alcadia (prefeitura) local. A popularidade do modelo é tanta que a Hyundai o comercializa com nome próprio para a função: City Táxi. O motor é um 1.0 quatro cilindros, de 12V e 56cv, potência suficiente para encarar as autopistas planas da metrópole de 11 milhões de habitantes.
Super Pony, o antigo Menos comum, mas requisitado para as corridas até o Aeroporto El Dorado, é o também Hyundai Super Pony. O três volumes de linhas arredondadas nada mais é do que o médio Accent comercializado na Colômbia na antiga geração como táxi e em nova geração, prestes a chegar ao Brasil, como i35. O táxi traz sob o capô um motor 1.4 16V de 96,3cv, além da opção de cores branca e verde na versão GLS. O novo dispõe de dois motores bem mais eficientes: 1.6 16V de 129,7cv e 1.8 16V de 150cv. Um confronto de gerações que parece se justificar pela diferença de preços, peso a peso, não informados pela Hyundai na web.
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Pequeño gran trabajador
Outro carro que ainda é velho como táxi em Bogotá é o Spark. Ou melhor, 7:24. Sim, este é o nome nada atrativo que a Chevrolet decidiu dar para a versão destinada aos profissionais da praça daquela nação. “Un pequeño gran trabajador”, como define a publicidade do carro no web-site do fabricante. Segundo colocado no ranking de presença nas ruas, o pequeno hatchback também tem motor 1.0 8V, como o City Táxi, com a vantagem de ser mais potente: gera 66cv (de horse-power, influência norte-americana na Colômbia). O preço varia conforme a versão: 27.685.000 pesos para a S/A, “sin ar-condicionado”, a 28.645.000 pesos na C/A, com ar. Identificado pelo sufixo GT, o novo Spark traz motor 1.2, em quatro versões, que vão 28.390.000 a 29.770.000 pesos.
Influência coreana
Falando na Chevrolet, a marca da gravata dourada é uma das líderes de vendas de automóveis no mercado colombiano, com uma ampla gama de modelos. Entre outros, vende Aveo hatch e sedã com design dianteiro distintos, Camaro, as microvans chinesas N200 e N300 Cargo, o velho Vitara da década de 1990, Captiva americano e europeu, Cruze (outro modelo que ainda será lançado no Brasil) e, no segmento dos sedãs médios, o pouco conhecido Optra Advance, herança da sul-coreana Daewoo. Embora não seja visto como táxi, o modelo evidencia o gosto colombiano pela extinta marca que, nos tempos de Chevette, vendeu muitos Racer por lá. O Racer nada mais é do que a carroceria sedã do nosso Chevrolet Kadett. Por ter sido um dos líderes de mercado no passado, é fácil encontrar um exemplar malconservado, ou tunado, como preferem muitos taxistas, desse carro.
Família Kia
No quesito variedade de modelos, a Kia leva vantagem. A exemplo dos demais fabricantes, a coreana bolou nomes próprios (e nada convencionais) para os táxis colombianos. O antigo Picanto, com para-choques pretos ou pintados na cor do veículo, é o Eko Táxi II, equipado com motor 1.1 12V de 66cv e preço inicial fixado em 29.490.000 pesos. Em seguida vem o 5:5, nada mais que o velho Rio nas carrocerias sedã e station wagon, uma das raríssimas peruas presentes na frota bogotana. Ao contrário do que pregam Hyundai e Chevrolet, o modelo também é encontrado na nova geração como táxi, chamado de Sephia Táxi. O preço é 37.490.000 pesos e o motor, um 1.6 16V de 96,3cv. A título de curiosidade, até hoje a Kia vende a van Besta na Colômbia, com o nome Pregio.
Resquício
Entre os táxis mais velhos da frota, na companhia do Daewoo Racer estão poucos Dacia Nova. O três volumes derivado do Fiat Uno é um dos resquícios da época em que a marca romena esteve presente no país.