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Choque cultural

Nome do modelo americano que fez história no Brasil é relançado nos Estados Unidos como opção no segmento dos compactos. E não se trata apenas de uma simples releitura

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Agressividade do modelo americano é reforçada pelo desenho dos faróis e capô em cunha acentuada

No palco, após o discurso de um mandachuva da Chrysler, finalmente surge o Dodge Dart, um dos modelos mais esperados do Salão de Detroit, que abriu as portas para o grande público ontem. Para provocar, a marca havia divulgado fotos de pequenas partes do carro (teaserss!). Poucos dias antes, já circulavam na internet imagens do modelo completo, mas não é como vê-lo na sua frente, de todos os ângulos. Com a iluminação certa, a parte central do capô mais escurecida faz o compacto ficar com cara de mau. O Dodge Dart é um compacto para os americanos, mas na verdade trata-se de um modelo médio para os nossos padrões.

A dianteira é agressiva, com o capô descendo em direção à grade, marcado por vincos acentuados. Os faróis têm a parte externa ascendente, como quem arqueia a sobrancelha para intimidar o oponente. Nas laterais, com o para-choque, esse elemento ajuda a dar corpo ao Dart. A coluna A segue a linha do teto com um arco e termina na curta tampa do porta-malas, dando aquela pinta de cupê ao sedã de cinco lugares. A linha de cintura ascendente morre apenas no spoiler.

A traseira é pouco óbvia, com destaque para o par de lanternas delgadas emolduradas por LEDs. O para-choque é corpulento e de sua base projetam-se dois escapes, um em cada extremidade. O Dart é o primeiro modelo desenvolvido na parceria entre a Fiat e a Chrysler. O carro usa a plataforma alongada do Alfa Romeo Giulietta. Apesar de ter cara de Dodge, o tempero italiano acrescentou sensualidade e aerodinâmica. O espaço interno é bom, pois, apesar de ser chamado de compacto por lá, tem 4,67m de comprimento e 2,7m de entre-eixos, ou seja, medidas dignas de um médio.

Traseira tem lanternas emolduradas por LEDs e escapes nas laterais

Resultado dessa parceria, o interior do modelo é sofisticado, apresenta materiais de boa qualidade e arremates bem executados, como a costura dos bancos em couro. O painel de instrumentos fica numa tela de 7 polegadas configurável pelo usuário do carro, então o motorista escolhe se quer os instrumentos em formato analógico ou digital. Em outros campos ele pode escolher qual informação incluir, como navegação, áudio, telefone e consumo. Outra tela, de 8,4 polegadas, sensível ao toque, instalada no painel central, concentra os comandos de som, climatização, telefonia e navegação, que inclui informações sobre clima, preço dos combustíveis e resultados da rodada esportiva de várias modalidades.

MOTORES São três opções de motor, todos de quatro cilindros e 16 válvulas, começando por um 2.0 de 162cv de potência e 20kgfm de torque, outro 1.4 turbo de 162cv e 25,3kgfm, e um 2.4 com 186cv e 23,6kgfm. A transmissão também pode ser escolhida pelo comprador: manual de seis marchas, a automatizada de dupla embreagem (disponível apenas com o motor 1.4 turbo) ou automática de seis velocidades.

Outro aspecto importante sobre o lançamento do Dart é que a Dodge estava fora do segmento dos compactos nos EUA há sete anos. De acordo com a marca, os compactos somaram 1,2 milhão de unidades vendidas nos Estados Unidos em 2011, nada menos que 15% do mercado. Enquanto no último ano as vendas no país cresceram 11%, o segmento dos compactos registrou aumento de 16%. Para não fazer feio, eles apostam num produto recheado de itens de conforto, como direção elétrica, volante com aquecimento, sistema de áudio premium, travas das portas e ignição com o uso presencial da chave e ar-condicionado de dupla zona.

Mas o Dart faz bonito mesmo no quesito segurança, trazendo, não necessariamente de série, 10 airbags, câmera de ré, sensor de estacionamento, monitoramento de ponto cego, controle de tração, rolagem e estabilidade, três pontos para fixar assentos infantis, freios ABS, controle eletrônico de auxílio de frenagem de emergência, zonas de deformação programadas, sistema que não deixa o carro voltar ao arrancar numa subida (hill holder), sistema de monitoramento da pressão dos pneus e comando de voz para várias funções, mantendo as mão do motorista no volante.