Se há um veículo que merece o título de clássico contemporâneo, é o Lotus Seven. Fruto da paixão de Collin Chapman, que gostava de simplificar para tirar o máximo de desempenho e, principalmente, dirigibilidade de um esportivo, o modelo foi apresentado em 1957 e continua em produção até hoje, ocupando um nicho importante para os amantes do gênero.

Sua primeira versão era equipada com um modesto motor Ford, de 40 cv, e tinha dificuldades em ultrapassar os 140 km/h. Mas isso não era um problema, pois o principal objetivo do desenho era obter uma boa aceleração e a melhor estabilidade possível. Para conseguir esse objetivo, todos os componentes mecânicos foram colocados na parte de baixo do carro, para garantir um centro de gravidade o mais baixo possível.

Em 1972, o carro quase deixou de ser produzido, devido a mudanças na estrutura tributária da Inglaterra, que quase inviabilizaram a comercialização do veículo. No ano seguinte, a Caterham, que até então era um revenda da Lotus, comprou o desenho e o maquinário, e, desde então, vem aplicando aprimoramentos e evoluções no modelo, que passou a se chamar Caterham Seven. O esportivo está disponível com diferentes motores, com potências que variam de 125 cv a 260 cv. No ano passado, para comemorar os 50 anos de produção do carro, a Caterham produziu um conceito com propulsor de 335 cv. Pode parecer muito, mas fica longe da última encarnação do clássico Lotus Seven.

Imaginação
Desenvolvido em conjunto com o preparador RS Performance, o Caterham RS-T V8 será feito apenas sob encomenda e tem como objetivo "transformar a imaginação em realidade", nas palavras de Russel Savory, dono e fundador da RS Performance.

O coração da versão é o motor 2.4, que produz 400 cv na versão aspirada, ou 500 cv, quando equipado com um supercharger. O que já é uma potência mais do que respeitável em qualquer carro, assume uma nova dimensão no Caterham, que é um veículo bastante leve (pesa apenas 521 kg). Para ter uma idéia do que isso significa, a relação peso/potência chega perto dos 1000 cv por tonelada, mais do que o dobro da do Bugatti Veyron.

Pode parecer uma subversão do conceito original do Lotus Seven, mas há quem aprecie. Mesmo com um preço de 115 mil libras (cerca de R$ 385 mil), existe uma lista de espera de 12 semanas, para cada uma das sete unidades que serão produzidas.