Já se tornou comum entre os estudantes de design e de engenharia: quer chamar atenção para o seu trabalho? Crie um conceito virtual. Foi com essa regra em mente que o designer Da Feng, da Universidade de Conventry, Inglaterra, decidiu criar o Flake. Existente apenas na virtualidade, o modelo chama atenção pela carroceria com 250 peças móveis. Acionadas por motores elétricos, as peças têm acionamento ativo por pequenos solenoides acionados por fiações de nanotubos (material superleve de escala invisível a olho nu). Não é mero modismo, já que as mudanças de forma obedecem à função exigida no momento.
Por exemplo: para diminuir o arrasto, as “escamas” ficam rentes. Para reduzir a velocidade, acontece o contrário: os painéis ficam eriçados, totalmente para cima, o que incrementa o arrasto aerodinâmico e diminui a velocidade. As peças ainda podem se abrir ainda mais, para coletar energia solar ou fazer o que a maioria das peças móveis da carroceria faz: aumentar a aderência ao piso.
Mesmo que ainda restrito ao mundo virtual, o Flake representa um grande incremento diante de outros modelos que já usam aerodinâmica ativa, em especial os supercarros. O Bugatti Veyron, por exemplo, veda entradas de ar e baixa o aerofólio para poder atingir velocidades acima de 400km/h. O Pagani Huyara é outro que conta com quatro flaps ativos nos cantos da carroceria, que ajudam até nas curvas, gerando maior pressão aerodinâmica quando exigido.
PREGOS
E não é só a carroceria que muda de forma de acordo com a necessidade. As rodas também são ativas e dispensam os pneus convencionais, podendo adaptar-se ao terreno, até mesmo criar espinhos para ficarem presos a caminhos nevados. Da Feng ainda não conseguiu transformar o Flake em realidade. Mas afirma que já foi procurado pela escuderia Williams de Fórmula 1. Afinal, que lugar melhor para testar tantos princípios de aerodinâmica ativa do que nas pistas?
Assista ao vídeo: