A Agência de Projetos de Pesquisa Avançada em Defesa dos Estados Unidos (Darpa, na sigla em inglês) promoveu no domingo, na Califórnia, uma corrida apenas com carros-robôs sem motorista. O grande vencedor foi um carro batizado como "Boss" - uma versão do modelo Chevrolet Tahoe, criada por uma equipe de especialistas da Universidade Carnegie Mellon, de Pittisburgh, e da própria GM.
Para que seus criadores abocanhassem o prêmio de US$ 2 milhões, o Boss rodou por uma pista que simulava um ambiente urbano, junto com outros carros, cobrindo cerca de 85 km em menos de seis horas - tudo sem qualquer controle humano.
Outros onze carros-robôs participaram da competição, mas apenas seis cruzaram a linha de chegada. A corrida tem como objetivo incentivar o desenvolvimento de veículos não tripulados que possam ser usados em situações de conflito.
Acidentes
"Hoje é um grande dia para a robótica", disse Chris Urmson, chefe de tecnologia da equipe vencedora. "Tínhamos onze carros supercapacitados, e o fato de que seis deles conseguiram completar os 85 km da pista é impressionante."
Das arquibancadas, os espectadores puderam ver os veículos superarem cruzamentos, ruas de mão única, avenidas de mão dupla e estacionamentos. Outros 30 carros conduzidos por motoristas profissionais também foram colocados na pista, para simular congestionamentos.
Estes veículos também tinham a função de parar os carros-robôs instantaneamente caso eles estivessem à beira de um grave acidente. Mesmo assim, ocorrências menores não puderam ser evitadas. Uma caminhonete batizada como "TerraMax" - o maior carro da competição - se desorientou e acabou batendo em uma loja.
Carros comuns
A maioria dos carros se parece com veículos normais, mas possuem uma série de sensores no capô, nos cantos e nos pára-choques. O vencedor contava ainda com um grande scanner giratório a laser. "Como ele gira cerca de dez vezes por segundo, ele gera aproximadamente 1 milhão de medidas do mundo externo e assim consegue distinguir os objetos que encontra a tempo de não bater", explicou Chris Urmson.
Mas a indústria automobilística civil também espera que a tecnologia apresentada na competição possa um dia levar à criação de carros que andam sozinhos. "Imagine poder falar ao telefone, tomar seu café e até consultar seus emails, deixando que o seu carro o conduza", disse Larry Burns, vice-presidente de pesquisa e desenvolvimento da GM. "Seria fenomenal, ainda mais porque teríamos carros que não batem".
Segundo ele, veículos com este nível de inteligência poderão estar nas ruas por volta de 2015.