A empresa americana Boeing registrou um novo problema de fabricação do avião 787, o que a obriga a verificar a fuselagem das aeronaves já entregues, informa o jornal Seattle Times. A Boeing descobriu um erro de fabricação que afeta a estrutura dos materiais compostos que asseguram a rigidez da parte frontal da aeronave, de acordo com o jornal.
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Segundo o site especializado Flightglobal, lâminas de materiais compostos que garantem a rigidez da fuselagem se desprenderam parcialmente depois de voos de teste. O problema teria sido detectado em uma aeronave destinada à companhia japonesa All Nippon Airways (ANA) e em duas outras destinadas a Qatar Airways. O Seattle Times afirma que a Boeing decidiu examinar todos os aviões já fabricados.
Hoje apenas a companhia aérea japonesa All Nippon Airways (ANA) opera com essa aeronave. A empresa possui três unidades (duas em operação) e 52 encomendadas. No Brasil, nenhuma companhia aérea confimou o pedido do 787, mas a chilena LAN, que se fundiu com a TAM, já tem pedidos à Boeing.
Nos últimos três anos, a entrega do Boeing 787 foi adiada cinco vezes. O último atraso aconteceu por falta de disponibilidade do motor, produzido pela Rolls-Royce. O atraso na entrega foi divulgado quatro dias após um motor Trent 1000 da Rolls-Royce ter explodido durante um teste em Derby, Inglaterra, forçando a companhia a temporariamente fechar a fábrica.
Revolução na aviação
O 787 é conhecido por revolucionar a indústria aeronáutica mundial. É o primeiro avião comercial construído com grande uso de plástico e fibra de carbono, o que o deixou mais leve e 20% mais econômico do que o Boeing 767, por exemoplo, que tem praticamente o mesmo tamanho. Consequentemente, a autonomia do 787 é maior, podendo fazer ligações diretas em rotas que hoje só é possível realizar com escalas.
São 50% de materiais compostos, 20% de alumínio, 15% de titânio, 10% de aço e 5 % de outros materiais. O Boeing 777, por exemplo, possui somente 12% de materiais compostos e 50% de alumínio. Outro fator interessante é que ele autodetecta erros e repassa imediatamente para o solo. Assim, quando o avião pousar, a equipe de manutenção saberá o que fazer nele.
O Boeing 787 pode levar de 210 a 330 passageiros, dependendo da configuração. A velocidade máxima, segundo o fabricante, é de 914 km/h e pode voar até 15.750 km sem reabastecimento, o suficiente para ir de São Paulo a Jacarta, por exemplo.
(Com Júlio Cabral)