Faz algum tempo que o grupo Volkswagen, dono da Audi, investe em conceitos de carros capazes de se mover sem a intervenção de pilotos. Se no início os carros rodavam em ambientes desérticos, sem muitos obstáculos, o projeto evoluiu para outro desafio, o de completar em 2010 uma exigente prova de rally em um veículo sem motorista. O circuito escolhido foi a subida do Pike´s Peak, no estado norte-americano do Colorado, a mais célebre prova de subida de montanha do mundo realizada anualmente em julho. Para cumprir a prova a Volks convocou o coupé esportivo TTS, equipado com um motor 2.0 turbocomprimido capaz de gerar 268 cv de potência e 35,6 kgfm de torque, despejados nas quatro rodas.
O projeto, desenvolvido em conjunto com a Universidade de Stanford, tem como objetivo não apenas completar a prova, mas também cumprir o percurso em um tempo razoável e com o uso de técnicas de pilotagem de rally. Ou seja, altas velocidades e derrapadas controladas em curvas dos mais variados níveis. Um desafio, mesmo em um bólido capaz de acelerar de zero a 100 km/h em cerca de 5 segundos, com uma velocidade máxima limitada a 250 km/h. O Audi foi batizado como Shelley, apelido de Michelle Mouton, a primeira pilota de Rally a vencer a prova de Pike´s Peak ao volante de um Audi Sport Quattro em 1985, um monstro das pistas da época.
O laboratório de pesquisas eletrônicas da Volkswagen promoveu uma série de modificações no Audi. O carro recebeu um novo sistema de controle de direção, sem ligação mecânica, tal como o acelerador - que recebe sinais que imitam o ato de se pisar fundo -, e os freios. O câmbio é uma caixa automática de seis marchas. Coube ao departamento de pesquisas de Stanford criar algoritimos que servem como um programa que permite ao carro andar “no limite” sob as mais variadas condições de piso. Esse software roda em uma plataforma desenvolvida pela Sun Microsystems.
Para se "encontrar" o modelo conta com sensores e um sistema de posicionamento global, GPS. Sem se descuidar da segurança, os projetistas previram um dispositivo que desliga o veículo remotamente. O mais impressionante é a evolução da parafernália necessária, que coube quase por completo dentro do coupé. Apenas os três sensores no teto entregam que esse TTS é ainda mais especial. Poderia ser uma alternativa para relaxar no pesado trânsito urbano das metrópoles.