UAI

Antigos do Brasil - Para a família ou a polícia

A Chevrolet Veraneio era derivada da linha C-14, lançada na década de 1960, e fez relativo sucesso durante anos por ter amplo espaço interno e boa área para bagagem

Publicidade
Foto:

A família C-14 foi lançada no Salão do Automóvel de 1964, quando a General Motors do Brasil aposentou a linha derivada do Chevrolet Brasil, pioneira entre os leves da marca. Mas o membro mais famoso desta família foi a Veraneio, que inicialmente era identificada apenas como C-1416. A C-14 era uma picape. O motor usado nesses modelos era o conhecido 6 cilindros em linha, de 4.3 litros, a gasolina, com 142cv de potência e torque de 32.1kgfm (100% nacional). O câmbio de três marchas ficava na coluna de direção.

Na evolução da família Chevrolet Brasil, os veículos perderam o aspecto de caminhãozinho, com capô alto e para-lamas destacados. Os novos modelos traziam dois pares de faróis circulares emoldurados junto com a grade, tendo embaixo as luzes de direção. Com a integração dos para-lamas, a caçamba da picape ficou maior. Já a perua, em sua lateral, exibia uma elegante linha de cintura descendente. A mudança de estilo chegou a ser comentada num anúncio da época: “Bonito como um automóvel – possante como uma pick-up deve ser!”.

Veja a galeria completa desta Veraneio 1970 totalmente original!

Com 5,16m de comprimento, quase 2m de largura e algo em torno de duas toneladas, a perua de quatro portas era grande. Como opcional, a Veraneio podia receber uma terceira fileira de bancos, levando assim nove pessoas. Com os bancos rebatidos, levava volume de carga de 3.160 litros (certamente medidos até o teto). O modelo era comercializado em versões simples, normal e de luxo, que traziam o conforto da direção hidráulica. Além do uso familiar, a perua ganhou fama por ter sido amplamente adotada como viatura de polícia, virando até nome de música da banda Capital Inicial (“...Veraneio Vascaína vem dobrando a esquina...”).

MUDANÇAS No início da década de 1970, a linha C-14 passou por um face-lift, concentrado basicamente na dianteira. Passou a ostentar dois faróis simples circulares e uma nova grade. Os modelos foram modificados novamente em 1979, ganhando nova grade de plástico e o capô ficou um pouco mais alto. A linha passou a se chamar C-10 e ganhou várias opções de motor. O propulsor do Opala, um seis cilindros de 4.1 litros (com potência de 132cv e torque de 27,4kgfm), foi adotado nas versões gasolina e álcool (denominado A-10). O modelo a diesel (D-10) tinha um propulsor de 3.8 litros, que desenvolvia 77cv de potência e 30kgfm de torque. Todas as versões tinham câmbio de quatro marchas no assoalho.

No final da década de 1980, a Veraneio passou por mudanças significativas, deixando-a mais moderna



Em 1986, as picapes passam a ser identificadas com a terminação 20 (C-20, A-20 e D-20). A mudança de nome veio com uma reestilização mais profunda. A linha, que passou a contar com a opção de picape cabine dupla e uma perua de duas portas e entre-eixos mais curto (a Bonanza), tinha linhas retas e bem mais modernas. As peruas Veraneio e Bonanza foram fabricadas até 1994, restando as picapes, que saíram de cena três anos depois.



Leia as outras 15 matérias da série Antigos do Brasil

Simca Chambord - De Belo Antônio a Vigilante Rodoviário.

FNM JK-2000 - Sedã pioneiro no luxo.

Toyota Bandeirante - A saga do jipessauro.

Aero Willys - Requinte nacional.

Willys Rural - Rural urbana.

Renault Dauphine - As desventuras do Leite Glória.

VW Fusca - O queridinho do Brasil.

Ford F-100 - Para o trabalho e o lazer.

Chevrolet Brasil/Amazona - Linha diversificada.

DKW Candango - A vida curta de um batalhador.

Jeep Willys - Da batalha para o sertão.

DKW Belcar - Um sedã de belas formas.

VW Kombi - Heroína da resistência.

DKW F-91 - Simpática perua.

Romi-Isetta - Carro, moto ou geladeira?.