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Antigos do Brasil - Beleza que não punha mesa

Sedã de carroceria bonita e sofisticada, equipado com motor de três cilindros, tinha desempenho pífio. Fissore foi lançado em 1964 e carreira meteórica teve fim em 1967

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A DKW-Vemag apresentou o Fissore, um sedã com os três volumes bem definidos, no Salão do Automóvel de 1962. Suas linhas, extremamente atuais para a época, são de autoria da italiana Carrozzeria Fissore (origem do seu nome), que também prestou serviços a fabricantes de peso como a Maserati. A característica mais marcante desse modelo era a enorme área envidraçada e as colunas finíssimas que proporcionavam ao motorista uma visibilidade sem igual.

Apesar de usar o mesmo chassi e mecânica do restante da linha Vemag, o Fissore era um produto mais sofisticado. Repleta de cromados, a carroceria do modelo tinha um discreto vinco que separava tanto o capô quanto a tampa do porta-malas da lateral do veículo. O interior trazia bancos inteiriços de couro sintético (assentos individuais estavam disponíveis como opcional) e o painel exibia relógio e rádio de série.

FRACO
O Fissore só chegou às ruas em 1964. Seu desempenho era decepcionante. O tradicional motor dois tempos de três cilindros e 980cm3 de cilindrada, que recebeu pequenos retoques que lhe renderam 50cv de potência líquida (6cv a mais que antes), não era capaz de empurrar seus mais de 1.200kg. A novidade ficava restrita à estreia do Lubrimat na linha Vemag, sistema que fazia automaticamente a mistura óleo/combustível, economizando óleo e eliminando a tarefa de misturar tudo no tanque. A mudança valeu até um adesivo que alertava o frentista para não adicionar óleo.

PICARETAGEM
Muitas tentativas foram feitas para melhorar o desempenho do modelo, desde a adoção do diferencial e quarta marcha mais curtos até o uso de vidros mais finos para reduzir peso. Chegaram até mesmo a "envenenar" o velocímetro para que marcasse mais velocidade. Mas na verdade o veículo nunca ultrapassou os 125km/h. Diz a lenda que a ideia inicial da Vemag era que o Fissore fosse um esportivo. Quem viajou à Itália para tratar o assunto foi o dono da empresa, Domingos Fernandes Alonso, que escolheu o sedã e deu um banho de água fria em quem esperava produzir um bólido no Brasil.

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Enorme área envidraçada, linha de cintura baixa e colunas extremamente finas proporcionavam ao motorista excelente visibilidade



Com o passar dos anos, o projeto ganhou pequenas alterações: a base da tampa do porta-malas foi elevada, o bocal de abastecimento saiu da lateral e foi instalado atrás da placa traseira, as setas foram deslocadas para a extremidade dos para-lamas, novas lanternas e grade, sistema elétrico de 12 volts, além da opção de freio a disco. Alguns contam que existiam planos de usar um V6 no Fissore, mas não houve tempo. Em 1967, a Volkswagen assumiu o controle da Vemag e encerrou a produção de toda a sua linha.

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