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Antigos contra o cronômetro

A primeira versão brasileira da famosa Mille Miglia Storica aconteceu na última semana e dezenas de automóveis antigos disputaram o rali entre São Paulo, Rio e Minas

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A Ferrari 246 GT Dino, 1974, terminou em terceiro na categoria G; enquanto a dupla mineira no BMW Alpina, 1960, ficou em segundo na E

 

De Tiradentes, MG - Tudo começou em 1927: a Mille Miglia era uma corrida de automóveis que largava em Brescia, no Norte da Itália, descia até Roma e voltava ao ponto de largada, totalizando 1.600 quilômetros (1.000 milhas). As médias horárias foram ficando cada vez mais elevadas e, junto com elas, os acidentes. Sir Stirling Moss, pilotando um Mercedes SLR (Asa de Gaivota roadster), estabeleceu o recorde da prova, ao completar o percurso em apenas 10h07, com média de 157,6km/h. Em 1957, o campeão foi Piero Taruffi numa Ferrari, mas foi a última série, pois dois acidentes resultaram em 13 mortos, entre pilotos e espectadores.

Em 1977, a prova voltou como um rali de regularidade disputado anualmente em maio e conta com centenas de participantes. Só entram automóveis fabricados entre 1927 e 1957, anos em que foi disputada a corrida. Na cidade de Brescia, que continua sediando a Mille Miglia, há um museu dedicado ao evento.

O rali de regularidade não é uma prova de velocidade, mas contra o cronômetro: ganha quem fizer o percurso com médias horárias mais próximas das estabelecidas em cada trecho.

 

No Brasil A ideia do rali com um percurso de 1.600 quilômetros para carros antigos foi copiada em vários países. O primeiro

Puma VW GT-Rallye, 1972, foi atração na histórica Tiradentes

do gênero organizado no Brasil foi na semana passada, com largada e chegada em São Paulo, organizado pelo MG Clube de São Paulo.

Na primeira etapa, quinta-feira última, os automóveis foram até Angra dos Reis. A segunda os levou até Tiradentes, no Campo das Vertentes. Panes mecânicas tiraram vários da prova e, para a terceira etapa que terminava em Campos do Jordão, largaram 41 carros. A última, no domingo, finalizou em São Paulo e largaram 48 carros. Alguns desistentes voltaram e terminaram a prova.

Ao contrário da Mille Miglia Storica, as Mil Milhas Históricas Brasileiras tiveram um critério de admissão mais elástico e foi aceito qualquer automóvel considerado antigo pela Federação Internacional de Veículos Antigos (Fiva), ou seja, com pelo menos 30 anos de fabricação. Aliás, o rali teve o aval da Fiva e foi incluído em sua relação oficial de eventos internacionais.

O mais velhinho era um imponente Rolls-Royce 1927, depois um Cadillac 1938 e muitos outros importados como Mustangs, Fiat, Ferrari, Mercedes, Porsches, BMW, MG, Thunderbird, etc. E nacionais como Puma e Karmann-Ghia.

Uma dupla mineira participou da prova: James Mendonça e Rodrigo Moura Castro com um BMW Alpina, que terminaram em segundo na categoria E.

Resultados A classificação geral foi: 1) Triumph TR4, 1962, de Rogério Franz e Mário Nardi; 2) Mercedes-Benz 500SL, 1980, de Henrique Thielmann e Lucas Larivoir; 3) Mercedes-Benz 350SL, 1973, de Julio Berriel e Vera Nonaka. E por categorias: C) Rolls-Royce Phanton, 1927, de Mario Andrade e Eilleen Andrade; D) Cadillac 6019-S, 1938, de José Cândido Muricy e Claude Fondeville; E) MG A Coupê, 1959, de Marcelo Manteli e Simone Bumbel; F) Triumph TR4, 1962, de Rogério Franz e Mário Nardi; G) Mercedes-Benz 500 SL, 1980, de Henrique Thielmann e Lucas Larivoir.