Por Chiara Quintão
São Paulo - O novo presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, afirmou que, conforme estimativa preliminar, as vendas de automóveis em abril vão somar 280 mil unidades. Belini toma posse hoje à noite. Segundo ele, foram vendidos em média 13,7 mil unidades por dia em abril, ante 15,3 mil unidades diárias em março. No mês passado, o volume de automóveis vendidos totalizou 353,7 mil unidades, o que representou recorde histórico.
A produção de veículos no mercado brasileiro também alcançou patamar recorde em março, de 331 mil unidades. Belini disse ainda não ter os dados preliminares de produção em abril, mas afirmou que o volume "foi forte para recuperar o estoque regulador". A expectativa é que o Brasil exporte 530 mil unidades em 2010, ante 475 mil unidades em 2009.
Investimentos
Os investimentos da indústria automobilística vão somar US$ 11,2 bilhões entre 2010 e 2012 - o equivalente a R$ 19,3 bilhões -, segundo Belini, que toma posse hoje à noite. Ele foi eleito para o triênio 2010-2013 em substituição a Jackson Schneider. De 2007 a 2009, foram investidos USS 8,1 bilhões, cerca de R$ 14 bilhões.
A capacidade instalada atual é de 4,3 milhões de unidades por ano. "Algumas montadoras vão investir mais em produtos, outras em capacidade", disse.
Belini defendeu que haja um choque de competitividade. Para isso, é necessária a realização de pesquisas e atuação da indústria junto ao governo. Segundo ele, as "cegonhas" que levam carros do Sudeste para o Norte e Nordeste vão cheias e voltam vazias. Seria interessante, na sua avaliação, o uso da navegação de cabotagem para transportar automóveis.
"Um novo cenário mundial está se desenvolvendo. Sobra capacidade nos mercados desenvolvidos, e os emergentes estão crescendo acima da média mundial", acrescentou. Ele afirmou ainda que os juros são necessários para manter a inflação sob controle e que, numa prestação, significam "menos que um pedaço de pizza".
Aço
Belini afirmou, há pouco, que o mercado é quem vai dizer se aumento do aço será repassado para o preço dos automóveis. "As negociações de alta do aço estão sendo feitas com cada uma das montadoras, por usinas de aço diferentes, com porcentuais diferentes", disse.
Segundo ele, o porcentual do aumento do preço da matéria-prima nos custos de produção vai depender do tipo de veículo e da tecnologia utilizada. "Cada montadora avalia sua situação e a possibilidade de recuperar o aumento dos custos", disse. Conforme o presidente da Anfavea, o mercado é que define o preço dos automóveis.