Várias instituições públicas possuem raridades em suas garagens que são utilizadas somente em ocasiões especiais. A presidência da República, por exemplo, mantém um Rolls Royce usado somente na posse dos presidentes e, vez ou outra, no desfile de Independência, em Brasília.
Outras instituições, abaixo da presidência, também contam com joias que só saem da garagem para participar de atos de grande importância. Um desses raros modelos preservados participou da cerimônia fúnebre do ex-vice-presidente da República, José Alencar. O American La France (foto no topo), modelo Invader, fabricado em 1959 em Nova York, foi a viatura escalada pelo Corpo de Bombeiros de Minas Gerais para transportar o corpo de José Alencar na manhã desta quinta-feira (31) da Base Aérea da Pampulha até o Palácio da Liberdade, na Região Centro-Sul da capital mineira.
A corporação mineira possui duas unidades do modelo americano, que já foram aposentadas para os trabalhos de cobate a incêndio, mas são usadas em ocasiões de comoção popular, como o cortejo fúnebre de personalidades. Em 1985, a mesma viatura levou o corpo de Tancredo Neves ao velório, também no Palácio da Liberdade.
Antes de chegar a Belo Horizonte, o corpo do ex-vice-presidente passou por ruas e avenidas de São Paulo em um carro do serviço funerário, que o levou para a Base Aérea de Congonhas, na manhã de quarta-feira (30). O corpo seguiu para Brasília em uma aeronave C-105, da Força Aérea Brasileira (FAB). O avião, fabricado pelo grupo EADS, é usado em trabalhos do Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM).
Nove familiares de Alencar foram para Brasília em outra aeronave da FAB, o C-99, uma variante do ERJ-145, fabricado pela Embraer.
Da Base Aérea de Brasília ao Palácio do Planalto, Alencar foi levado em um caminhão Volkswagen, do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal.
Última viagem foi feita em raro carro funerário
No início da tarde, o corpo de José Alencar deixou o Palácio da Liberdade em um autêntico carro funerário americano. O raríssimo Cadillac Fleetwood Hearse 1974 faz parte da frota de veículos fúnebres do cemitério e crematório Parque Renascer, em Contagem, na Grande Belo Horizonte. O veículo foi importado do Estado de Ohio, nos Estado Unidos para o acervo do proprietário do cemitério, que também é colecionador de automóveis antigos.
Conforto até na morte
A marca Cadillac é conhecida mundialmente pelo luxo, imponência, conforto e potência. Mesmo sendo um veículo funerário, o Fleetwood Hearse não foge dessas características. São nada menos do que sete metros de comprimento, o motor é um 7.7 V8 com 360 cv de potência. O modelo foi fabricado nos Estados Unidos até o início da década de 1990.