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Yamaha XTZ 150 Crosser - Aventureira a rigor

Com visual fora de estrada, modelo tem desenho agressivo, mas vocação para as cidades, com roda dianteira menor e banco mais confortável em dois níveis

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Com visual fora de estrada, modelo tem desenho agressivo, mas vocação para as cidades

De Florianópolis - Desenvolvida especialmente para o mercado brasileiro, em colaboração com a matriz japonesa, a Yamaha XTZ 150 Crosser chega em abril como uma espécie de filhote da nova família, lançada em outubro com a street Fazer 150. O motor é o mesmo, do tipo quatro tempos, refrigerado a ar, equipado com um cilindro, injeção eletrônica e com uma característica bem brasileira: é flex, podendo beber tanto etanol quanto gasolina, ou a mistura de ambos. Entretanto, o quadro e o visual são totalmente distintos. A Crosser tem uma roupagem baseada no estilo fora de estrada, embora sua utilização seja mesmo voltada para rodar no asfalto.


É que, curiosamente, o jeitão todo terreno, com desenho mais robusto e vigoroso, tem freguesia certa, principalmente nas cidades. Um fenômeno também observado entre os automóveis, com os enormes modelos SUV. A fórmula, contudo, foi harmônica e positiva na Crosser 150. O visual é moderno e agressivo, passando a impressão de maior volume. Porém, algumas características denunciam sua real vocação. O aro dianteiro tem 19 polegadas de diâmetro, medida mais compatível com utilização street. O banco também é largo, confortável e em dois níveis, igualmente desaconselhável para o fora de estrada.

 

ANDANDO O modelo até encara uma estrada de terra, um passeio no sítio ou na praia afastada, mas não sofre tanto nas péssimas condições de pavimentação das nossas maltratadas vias. Para ajudar na tarefa, além de compor o visual aventureiro urbano, os pneus são mais versáteis, de uso misto, e o escape tem saída lateral elevada. O rebuscado para-lama dianteiro tem fixação baixa, junto à roda, dificultando usos mais radicais na terra. A vantagem é que a posição de pilotagem mistura dois estilos. É mais relaxada e em pé, típica dos modelos fora de estrada, com um banco mais largo e baixo, característica das motos street, traduzindo-se em facilidade de pilotar.


O motor responde prontamente e é capaz de encarar até trechos de estrada, embora sem adrenalina, já que a velocidade final está em torno dos 100km/h. O quadro é de aço e o câmbio de cinco marchas é bem preciso, mas pede a sexta em velocidades elevadas. A potência é de 12,2cv a 7.500rpm quando abastecida com gasolina e 12,4cv com etanol. O torque é de 1,28kgfm a 6.000rpm com gasolina e 1,29kgfm quando abastecida somente com etanol. Porém, na prática, as diferenças são quase imperceptíveis. São duas versões: a ED, mais completa, com preço sugerido de R$ 9.350, e a básica E, de R$ 9.050.

PATO Já os freios ficaram devendo. A versão E tem na roda dianteira o antiquado e menos eficiente tambor com 130mm de diâmetro, mesma medida do tambor da roda traseira. A versão ED tem freio a disco na dianteira, com 230mm de diâmetro, mas conserva o tambor na roda traseira. Tem também regulagem de altura do guidão. Outra característica da XTZ 150, que tem nome de guerra Crosser, em alusão aos modelos do tipo cross, é o falso para-lama dianteiro estilo bico de pato, também adotado por nove entre 10 modelos estilo big trail. Integrado à carenagem do farol, é, porém, vazado, em uma incomum solução de design.

O painel tem conta-giros analógico e tela digital


A suspensão dianteira é do tipo telescópica convencional, com bom curso de 180mm. A suspensão traseira é do tipo mono, com 150mm de curso, fixada por mais sofisticados e eficientes links. O painel é moderno e mistura elementos analógicos e digitais. O conta-giros, com ponteiro, fica em destaque, enquanto a tela abriga o hodômetro, velocímetro, nível do tanque e indicador de marcha engatada. O tanque comporta 12 litros e tem tampa lisa integrada. O modelo conta ainda com o botão corta corrente (suprimido na Fazer 150), garupeira com alça e um peso a seco de 120kg.