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Ninja ZX-10R - Primeira mão

Modelo 2010 superesportivo chega com melhoramentos técnicos e visuais, fazendo sua estreia mundial no Brasil. Motor é o tradicional quatro cilindros com injeção eletrônica

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A japonesa Kawasaki lançou há 25 anos, em 1984, o modelo GPZ 900R, a primeira motocicleta da marca a ser batizada como Ninja. O nome acabou se transformando em sinônimo de esportividade, virando também uma série, que começa em 250cm³ e vai até 1.000cm³, com a superesportiva ZX-10R, no vácuo do sucesso comercial. Exatamente o modelo topo da família Ninja, a ZX-10R, em sua versão 2010, deu a volta no planeta para fazer sua estreia mundial no Brasil, quando foi mostrada ao público no 10º Salão das Duas Rodas, que terminou segunda-feira em São Paulo.

A explicação começa com a decisão da Kawasaki de se instalar oficialmente no Brasil, depois de fazer uma legião de fiéis consumidores, sofrer durante anos com representantes não comprometidos e apagar os arranhões em sua imagem, além de participar de um mercado em ascensão. Para tanto, inaugurou no início de outubro sua fábrica em Manaus, Amazonas, e já está nacionalizando em sua rede o modelos Ninja 250, produzido na Tailândia, e a Z-750, que, pela primeira vez, será montada fora do Japão. Outros modelos, como a ER-6n, já estão na fila. A aparição da nova Ninja ZX-10R em primeira mão por aqui é uma demonstração de prestígio à filial brasileira, mas não é só.

Reforma

O lançamento mundial da ZX-10R, modelo 2010, coincidiu com o Salão das Duas Rodas de São Paulo, que virou vitrine privilegiada, saindo na frente de outros mercados. Entretanto, o novo modelo, que também vai ser comercializado no Brasil, não chega com mudanças radicais, mas atualizações de estilo e ajustes na parte técnica. É que as montadoras investem pesado no desenvolvimento de suas superesportivas, uma demonstração de sua capacidade tecnológica, cumprindo um prazo de maturação de dois ou três anos. É o caso da ZX-10R, que foi totalmente reformada em 2008 e ainda é muito atual, mas vai mudar novamente em 2011, para não comer poeira da concorrência.

O novo modelo 2010 ganhou nova carenagem dianteira, com otimização da entrada de ar, para reforçar o efeito turbo em altas velocidades, quando o ar chega pressurizado no motor. São novos também o escape, o grafismo na decoração, as laterais, o amortecedor de direção (que deixa o guidão mais firme), especialmente projetado para o modelo pela marca Ohlins, além de outros aperfeiçoamentos técnicos. As mudanças de estilo visam deixar o modelo mais parecido com a irmã menor, ZX-6R, transmitindo a sensação de redução nas dimensões. O preço para o mercado nacional ainda não foi estipulado, mas deve ficar ligeiramente acima do modelo anterior, sugerido em R$ 59.800.



Características

O motor, com 998cm³, é o tradicional quatro cilindros em linha, alimentado com injeção eletrônica de dupla atuação. Em médios e baixos regimes de rotação um bico atua. Quando o piloto enrola o cabo para valer, um bico auxiliar entra em funcionamento, suprindo o propulsor para qualquer exigência. A potência atinge 188cv a 12.500rpm e o torque de 11,5kgfm a 8.700rpm. Porém, em altas velocidades, com o efeito da pressurização do ar no motor, a potência chega a 200cv. Para suportar tudo isso, o quadro é construído em alumínio, com arquitetura em dupla trave. A balança da suspensão traseira também é em alumínio, com tecnologia desenvolvida nas pistas.

A suspensão dianteira é invertida, com tubos de 43mm de diâmetro e 120mm de curso. A suspensão traseira é do tipo mono, com 125mm de curso. Ambas reguláveis. O freio dianteiro tem dois discos de 310mm de diâmetro, com formato margarida, e pinças Tokico de ataque radial, contra 300mm de diâmetro da versão anterior. O freio traseiro tem disco simples de 220mm de diâmetro. O painel mistura elementos analógicos e digitais, com tela de cristal líquido e vidro antirreflexo. O câmbio tem seis marchas, o tanque comporta 17 litros e o peso a seco é de 179kg. Para pilotagens radicais, a Kawasaki ZX-10R tem embreagem antitravamento em reduções esportivas.