A fama de produzir motocicletas esportivas de alto desempenho é constantemente alimentada pela indústria italiana, que faz questão de justificar a pose, desenvolvendo modelos que realçam no mercado mundial. Com a marca Guzzi, fundada ainda em 1921, em Mandelo Del Lario, Itália, a história foi um pouco diferente. Os sócios Carlo Guzzi e Giorgio Parodi também tinham a velocidade e as competições no sangue, assim como Giovanni Ravelli, outro sócio e piloto da Força Aérea italiana abatido em combate na Primeira Guerra Mundial. Ele é homenageado com a águia, que virou símbolo da marca.
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É que as sofisticadas motocicletas esportivas produzidas pela marca, até então, assim como os modelos de competições, tiveram que dar lugar aos super-robustos e nada esportivos modelos militares, que absorveram grande parte da sua produção, permitindo sua sobrevivência frente à queda nas vendas. Assim, surge, em 1957, o motor de dois cilindros em V, com inclinação a 90 graus, disposto de forma transversal ao sentido de movimento, em sua versão civil. Este motor se transformaria numa espécie de marca registrada da Guzzi e sua base comercial, sendo produzido até hoje, com as modernizações.
Conceito
Com esse mesmo propulsor, a marca apresentou durante o 67º Salão de Milão, realizado de 10 a 15 de novembro, na Itália, sua moto-conceito, batizada de V12 LM, que tem lançamento previsto para 2013. A sigla LM resgata o nome Le Mans, famosa pista francesa, que também representa a essência da esportividade, e que já foi usada em alguns de seus modelos do passado. A esportiva V12 LM Concept, como no passado, apresenta algumas soluções técnicas inovadoras e o desenho de uma das duplas de projetistas mais badaladas da história. Miguel Galuzzi, responsável pelo centro de estilo da Piaggio, hoje proprietária da Guzzi, e Pierre Terblanche.
Miguel Galuzzi é o responsável, entre outros modelos, pela linha Ducati Monster e Pierre Terblanche pelas Ducati Hypermotard e 999, quando ainda atuavam para a concorrente italiana. A Guzzi V12 LM Concept incorpora o espírito de vanguarda da dupla, a exemplo do quadro, construído em alumínio com motor integrado para economizar espaço e peso. Essa arquitetura permitiu traços mais leves e fluidos, especialmente na traseira, que parece flutuar sem apoio, para compensar e fazer o contraponto ao volume do motor, que fica com os cilindros expostos, transmitindo a clássica sensação de robustez da marca.
Flutuante
O conjunto do tanque, banco e rabeta forma uma só peça, que pode ser basculada, como uma tampa, permitindo acesso às partes internas do motor. Dessa forma, a rabeta fica flutuando e abriga o farolete e a luz de freio. Para fazer o papel de para-lamas traseiro e abrigar a placa de identificação, uma pequena capa em fibra de carbono, que por sua vez, vai presa ao corpo do eixo cardã. O motor de 1.151cm³, arrefecido a ar e óleo, que fica exposto ao vento, foi modernizado em 2006 e conta com injeção eletrônica e quatro válvulas por cilindro. Desenvolve 105cv a 7.250rpm e o torque é de 11,5kgfm a 5.800rpm.
No lugar do farol tradicional, a V12 LM conta com uma bateria de lâmpadas do tipo LED. Outra novidade são os retrovisores. Em vez dos espelhos, duas pequenas telas de cristal líquido, que projetam imagens digitais, assim como o painel. A suspensão traseira, ancorada no corpo do eixo cardã, é do tipo mono, da marca Ohlins e fica na horizontal. A suspensão dianteira é do tipo invertida, também Ohlins. Os freios são duplos na dianteira e simples na traseira, com pinças Brembo. O câmbio tem seis marchas. Com a mesma base mecânica, a Guzzi também apresentou os modelos V12 Strada, para uso no dia a dia, e a V12 X, estilo supermotard, que estarão no mercado, provavelmente, em 2010.