UAI

Kawasaki Ninja ZX-6R 636 - Fermento no coração

Modelo 2013 da marca japonesa ganhou controle de tração, mapeamento de motor, freios ABS, novo visual e também a nacionalidade brasileira, sendo montada na fábrica de Manaus

Publicidade
Foto:

O motor de quatro cilindros em linha passou de 599cm³ para 636cm³

Quando a japonesa Kawasaki apresentou a Ninja ZX-6R 600, em 1995, o modelo tinha “apenas” 100cv de potência. A nova, já como modelo 2013, apresentada em setembro de 2012, na badalada Times Square, em Nova York, conta com motor de 131cv. Um dos segredos para esta vitamina de quase um terço a mais de potência está na incorporação de novas tecnologias, na eletrônica e no fermento do motor, que ganhou 37cm³, passando de 599cm³ para 636cm³ de cilindrada. Este mesmo modelo, pouco mais de seis meses após seu lançamento mundial, ganha passaporte brasileiro, passando a ser montado na planta da marca em Manaus, Amazonas.

O novo modelo, além de ganhar um motor maior, com mais potência e torque,  incorporou novo visual, inspirado na irmã maior Ninja ZX-10R, com linhas mais vincadas e retas, controle de tração e mapeamento de motor, além de sistema de freios ABS opcionais e uma suspensão dianteira totalmente redimensionada. Um pacote que permite uma condução totalmente esportiva ou um passeio em ritmo domingueiro, com mais conforto e segurança. O curioso é que a montadora já tinha usado esse recurso em 2003, oferecendo uma versão 636 e outra 600, para desistir e voltar a unificar os modelos em única versão 600, em 2007.



PACOTE O modelo montado em Manaus, em regime CKD, conta com peças que chegam completamente desmontadas e tem preços sugeridos de R$ 49.990 e R$ 52.990 para as versões sem e com ABS, respectivamente. Porém, ambos contam com controle de tração, com três níveis de atuação. Os níveis 1 e 2 permitem uma condução radicalmente esportiva, incluindo derrapadas. O nível 3 é mais conservador. Além disso, o motor conta com dois tipos de mapeamento. O batizado de Full (cheio) despeja toda a potência, enquanto o Slow (devagar) restringe a potência em 80% e é próprio para pisos com pouca aderência ou molhados, em que a suavidade é mais importante.

O arranjo entre o controle de tração, que pode ser desligado, e o mapeamento do motor permite oito tipos de combinações para o piloto escolher e que se adaptam melhor ao seu tipo de tocada e ao tipo de piso. O modelo equipado com o sistema ABS conta com uma central eletrônica, que monitora a rotação das rodas, a pressão do sistema hidráulico dos freios, a posição do acelerador, a rotação do motor, atuação da embreagem e até a marcha engatada, “conversando” com as centrais eletrônicas do controle de tração e motor, permitindo uma atuação com precisão cirúrgica dos freios, para não comprometer a pilotagem esportiva, característica do modelo.

DESEMPENHO O sistema de freios ABS, apesar da sofisticação, acrescenta somente dois quilos ao modelo, que em ordem de marcha, ou abastecido, vai a 194kg. São dois discos perfurados, estilo margarida, de 310mm na dianteira, com pinças Nissin monobloco radiais de quatro pistãos e um disco de 220mm na traseira. O motor conservou a tradicional arquitetura de quatro cilindros em linha. Com 636cm³ de cilindrada, está equipado com injeção eletrônica de combustível, refrigeração líquida e 16 válvulas, que fornecem 131cv a 13.500rpm, contra 128cv a 14.000rpm do modelo anterior. O torque também aumentou, passando de 6,8kgfm para 7,2kgfm a 11.500rpm, e está mais bem distribuído. Em altas velocidades, com aumento da pressão do ar, por meio da abertura de captação frontal entre os dois faróis, a potência chega a 137cv.

A suspensão dianteira, do tipo invertida da marca Showa, com canelas de 41mm de diâmetro e 120mm de curso, foi completamente redesenhada. A canela direita tem a função compressão e retorno e a canela esquerda de pré-carga. Trabalhando em conjunto, se completam. A suspensão traseira é do tipo mono, com 134mm de curso. Ambas plenamente reguláveis. O quadro, com dupla viga em alumínio, não foi alterado. O painel tem conta-giros analógico e tela digital com computador de bordo, que também indica modo de condução econômico, marcha engatada e momento de trocar as marchas. Completando o visual, a lanterna traseira tem lâmpadas LED com formato de duplo Z.