Especialista em modelos do tipo fora-de-estrada, a marca espanhola Gas Gas aposta nos motores de dois tempos, embora também tenha em sua linha de motos os de quatro tempos, por causa de sua performance mais esportiva, com menor peso e mecânica mais descomplicada, além do baixo custo. A empresa investe em tecnologia, eletrônica e pesquisa, para produzir modelos cada vez mais leves, eficientes e menos poluentes. Esse é o caso da linha 2008, com as versões EC 200 e EC 250, que já chegaram ao Brasil.
A Gas Gas nasceu em 1982, com os pilotos Narcis Casas e José Maria Pibernat, que, apaixonados pelo fora-de-estrada, idealizaram motos competitivas, que se tornaram o principal produto da marca, incorporadas pelos lemas "vale o seu prazer" e "tecnologia e movimento". O complexo industrial, instalado em Girona, exporta cerca de 75% de sua produção para 50 países, inclusive o Brasil. Em Minas, a venda é feita pela recém-criada Gas Gas Minas, associada à mineira Terra Motos, que também vai comercializar peças e acessórios.
Novidades
Os modelos EC, Enduro Cross, 200 e a 250 (carro-chefe de vendas) têm o mesmo quadro, painel e suspensões, variando apenas o motor e a eletrônica. As novidades de 2008 são o grafismo, os pára-lamas, carenagem de farol, painel digital multifunção, comutador de luzes, pinça de freio mais leve, regulagem da suspensão dianteira Marzocchi, bancos mais confortáveis e escape redesenhado (mais protegido). A EC 250 tem uma versão Racing, com suspensões Ohlins, que será importada.
O motor carburado tem um cilindro, refrigeração a água, 199,4 cm³ de cilindrada para a EC 200 e 249,3 cm³ para a EC 250 (que fornece mais de 50 cv não declarados). A emissão de fumaça foi reduzida, com a diminuição da mistura de óleo (de apenas 2%). O quadro tem traves laterais, do tipo Deltabox, com tubos retangulares. A suspensão traseira é mono, com amortecedor Sachs (de 310 mm de curso). A suspensão dianteira é invertida e regulável, do tipo Marzocchi, com tubos de 45 mm e curso de 295 mm. O freio dianteiro tem disco de 260 mm, e o traseiro, de 220 mm, com pinças Nissin. A 200 pesa apenas 95 kg, e a 250, dois quilos a mais.
Andando
Muito magra e alta, como convém a uma fora-de-estrada, até parece medida de manequim, mas o banco (a 945 mm do chão) castiga as pessoas de pernas curtas. Andando, porém, as dificuldades somem. O motor da EC 250 impressiona por estar sempre alerta, até mesmo em baixas rotações, uma das vantagens dos motores de quatro tempos. Para tanto, tem um (quase mágico) botão no guidão, que, com um simples toque, mesmo em movimento, altera o mapeamento eletrônico do motor, que pode ficar mais progressivo, com maior torque, ou mais explosivo, facilitando a vida do piloto, nos diferentes tipos de piso e situações.
Com esse recurso, a moto vira uma espécie de professora, que corrige as estripulias dos pilotos mais abusados e também dos mais inexperientes. A ergonomia é típica de uma fora-de-estrada, facilitando a condução em pé, harmonizada com o quadro e com as eficientes suspensões, inclusive em tocadas mais radicais, com o recurso da regulagem. Sem partida elétrica, o motor pega fácil, embora a altura dificulte a operação, inclusive na EC 200, que é mais ágil em percursos travados, mas não tem o botão no guidão. Os dois modelos têm Renavam e podem ser comprados na Terra Motos, telefone (31) 3071-4255, por R$ 23,4 mil (a EC 200) e R$ 23.950 (a EC 250).