San Diego (EUA) - Longa e baixa, a nova Ducati Xdiavel, nas versões Standard e S, vai chegar ao Brasil, em agosto, e provocar, como em outras partes do mundo, uma epidemia de torcicolos quando desfilar nas ruas. É que o visual arrebatador não deixa ninguém imune. Lançada em 2010, ganha agora a versão X, que é praticamente uma outra moto. O volume de desenvolvimentos aplicados transformou-a em um modelo do tipo cruiser, com uma ergonomia que deixa o piloto com pés bem esticados e braços estendidos. Porém, sem perder o DNA de esportividade, característica da marca.
É a explicação da letra X do nome, uma espécie de cruzamento entre as duas vertentes, além da palavra diavel, que significa diabo no dialeto de Borgo Panigale, região onde surgiu a Ducati. Na parte esportiva, mesmo com pedaleiras avançadas, a XDiavel é capaz de inclinar em até 40 graus nas curvas sem raspar. Além disso, o motorzão tem a tradicional arquitetura de dois cilindros dispostos em “L”, com comando desmodrômico variável, sempre alerta e bem disposto, assistido com muita eletrônica. Os freios com sistema ABS são capazes de parar uma locomotiva e permitem frenagem nas curvas sem alargar a trajetória.
LOMBO Antes de subir no lombo da Xdiavel, para acelerar pelas sinuosas, belas e quase desertas estradas secundárias da região de San Diego, Sul da Califórnia, vale uma conferida nas 60 combinações de posições de pilotagem. O arranjo conta com cinco regulagens de pedaleiras, cinco de banco e três de guidão para deixar a XDiavel personalizada conforme o seu figurino. Além disso, os comandos do guidão permitem ajustar três modos de pilotagem: Sport, Touring e Urban, que estão integrados em um sistema que calcula a inclinação e velocidade, junto com o ABS e controle de tração em oito níveis.
Tem também acelerador eletrônico e controle de largada em três níveis, para arrancar como um foguete. É só acelerar e soltar a embreagem, que a eletrônica impede a empinada, mas não a adrenalina. O motor é o mesmo da Multistrada, batizado de Testastretta DVT, mas com regulagem para proporcionar torque mais constante e vigoroso desde os giros mais baixos. Assim, a apenas 2.100rpm o torque já é de 10kgfm, e pronta para virar um dragster com qualquer marcha engatada. Com 1.262cm³, o motor fornece 156cv a 9.500rpm e torque máximo de 13,1kgfm a 5.000rpm.
BARATO O grande barato de pilotar no modo Sport, que libera os 156cv e reduz a atuação do controle de tração e ABS, é acelerar nas saídas de curva e sentir a cavalaria trabalhando forte sem reclamar, e o pneu traseiro, com enorme medida 240, agarrando no asfalto. No modo Touring, as respostas ficam mais mansas e progressivas, e o controle de tração e ABS mais fortes. No modo Urban, a potência cai para 100cv e o controle de tração e ABS se intensificam. Ideal para chuva ou pisos escorregadios. Porém, a grande distância entre eixos, 1.615mm, reduz a agilidade nas curvas mais radicais.
O modelo S tem pintura em preto brilhante, em vez de fosco na Standard, rodas de liga leve com desenho exclusivo, luzes de LED, com posição diurna, banco com revestimento especial, motor com partes não pintadas, suspensão dianteira Marzocchi com detalhes de acabamento, pedaleiras forjadas, sistema Bluetooth e pinça de freio Brembo M50 mais potente. Ambas têm escape curto e lateral, quadro em treliça, painel digital com iluminação variável, piloto automático, balança traseira monobraço e amortecedor horizontal, chave com sensor de presença e, pela primeira vez na marca, transmissão final por correia.
*Viajou a convite da Ducati