A italiana Ducati teve a ousadia de cutucar a onça com vara curta ao apresentar, em 2003, no Salão de Tóquio, dentro do quintal dos ‘inimigos’ nipônicos, três conceitos que resgatavam o estilo e o charme dos anos 1960 e 1970: o modelo Paul Smart 1000, feito em homenagem à vitória do piloto inglês nas 200 milhas de Ímola de 1972, sua versão street, Sport 1000, e a mais comportada GT 1000. O que era conceito acabou virando moto de série, como a Paul Smart 1000, que foi produzida em edição limitada de apenas 2 mil unidades.
Durante o tempo de espera, entre 2003 e 2006, as três motos foram classificadas como famiglia Sport Classic, indicando que acabariam saindo da vitrine para as ruas. Em 2005, a Ducati promoveu um tour pela Itália com os modelos, em uma espécie de pré-estréia, que agora vai se concretizando. Das três irmãs, a Paul Smart é a mais específica e não convencional. Uma legítima cópia de moto de competição (race réplica), que por isso mesmo teve sua produção limitada.
A vitória da Ducati nas 200 milhas de Ímola, em 1972, representou muito para a marca, já que a badalada prova conferia prestígio e respeito aos vencedores. Capitalizando o sucesso, a Ducati aproveitou a fama comercialmente, lançando modelos esportivos de 750 cm³ de cilindrada, derivados da moto campeã. Foi o nascimento das chamadas superbikes e a popularização da singular arquitetura de motor, com dois cilindros em ‘L’ e comando desmodrômico, usados até hoje.
Projetado pelo engenheiro Fábio Taglioni, o propulsor virou uma espécie de marca registrada da montadora e foi sendo permanentemente desenvolvido ao longo do tempo. A nova Paul Smart 1000 Limited Edition usa a mesma configuração, mas com motor herdado do modelo Multistrada DS 1000. Equipado com injeção eletrônica, tem 992 cm³, refrigeração a ar, duas válvulas por cilindro, duas velas por cilindro, escape duplo e o tradicional comando desmodrômico, que evita flutuação das válvulas em altos giros.
Pista
O motor fornece 92cv a 8.000rpm e torque de 9,3kgfm a 6.000rpm. Como uma legitima esportiva, a Paul Samart 1000 só tem lugar para o piloto. O banco do garupa foi substituído pela rabeta, que ajuda a segurar o piloto nas pistas. Até a cor é semelhante à do modelo das pistas. A moto também incorpora a carenagem dianteira da época, mas com adaptação de um farol redondo, retrovisores, farolete traseiro e completo quadro de instrumentos, redondos e de fundo branco, para não fugir do clima da época.
O quadro também segue a receita da marca, em tubos de aço soldados em forma de treliça, conferindo leveza e rigidez. As rodas são em alumínio, aro de 17 polegadas, mas raiadas, como a original. O freio dianteiro (Brembo) tem dois discos de 320mm e o traseiro, único, 245mm. As suspensões são de primeira linha, Ohlins, invertida na dianteira e mono na traseira. Ambas reguláveis. O câmbio tem seis marchas e o peso a seco é de 181kg. A Paul Smart custa na Itália, 14.500 euros (R$ 39.150). Informações: www.ducati.com