De Tuiuti (SP) - Lançada mundialmente há cerca de um ano, a Ducati Multistrada 950 chega ao mercado nacional com uma proposta mais amigável que a irmã maior, o modelo 1200. Produzida em Manaus, a motocicleta oferece maior maneabilidade, mas sem perder a pegada esportiva. O jeitão big trail da linha Multistrada foi mantido, com posição de pilotagem mais relaxada e maior altura. Porém, para encarar grandes distâncias sem reclamar, o modelo tem um pé um pouco mais no asfalto, equipada com rodas em liga leve com aros de 19 polegadas na dianteira e 17 na traseira.
O lado fora de estrada está presente nas suspensões de maior curso, nos pneus mistos e na ergonomia, que permite controlar o atrevimento ao rodar na terra, mas com muita diversão, ampliando a versatilidade. Para tanto, a eletrônica faz o gerenciamento do motor e dos freios, ajustando a tocada. O pacote tem quatro modos de motor, três de ABS e oito níveis de controle de tração, que podem ser regulados ou até mesmo desligados, para uma pilotagem mais radical.
ELETRÔNICA O motor tem a tradicional configuração de dois cilindros dispostos em “L”, marca registrada da Ducati, com 937cm³, batizado de Testaestretta (herdado da Hypermotard), que fornece 113cv a 9.000 rpm e um torque de 9,8kgfm a 7.750 rpm. Entretanto, a forma de entrega pode ser modulada. No modo Touring, a potência chega à roda de forma mais progressiva, enquanto o controle de tração vai ao nível 5 e o ABS ao nível máximo de 3. No modo Esportivo, a potência é despejada diretamente e os níveis de controle de tração e ABS são reduzidos.
No modo Urban, para rodar nas ruas, a potência é reduzida para 75cv e entregue de forma mais gradual, com atuação do ABS e controle de tração aumentada. No modo Enduro, para encarar terra, a potência também é fixada em 75cv, com respostas progressivas, controle de tração reduzido para o nível 2 e o ABS para o nível 1, que também pode ser desligado. Porém, toda vez que o motor é religado, o ABS volta a atuar. O pacote também permite um ajuste pessoal, que pode ser memorizado entre níveis de atuação de controle de tração e ABS.
ANDANDO O banco em dois níveis encaixa bem o piloto, mas reduz a movimentação no fora de estrada. Por outro lado, a altura fixa em 840mm, sem possibilidade de regulagem (só como opcional), não assusta. Faz parte do meio termo proposto que reúne a maneabilidade de um modelo menor, com o desempenho semelhante a uma maior e que ainda roda em dois mundos, asfalto e terra. O motor não tem a “brutalidade” da irmã maior (com 160cv), mas a progressividade permite uma pilotagem com boas retomadas, traduzidas em maior controle com o suporte do quadro em treliça.
O aro dianteiro com 19 polegadas segue a cartilha. Vence o rali diário sem tanto desconforto e não impede mudanças de direção mais rápidas exigidas nas curvas. As suspensões, entretanto, encaram o que vier. Invertida na dianteira (Kayaba regulável) e com balança dupla em alumínio na traseira (Sachs), com regulagem manual, possuem 170mm de curso. Os freios com a grife Brembo, duplo disco de 320mm e pinças radiais de quatro pistões na dianteira e disco simples na traseira, brecam um caminhão trucado. A Ducati Multistrada 950 tem preço sugerido de R$ 59.900.
* Viajou a convite da Ducati