A história da fabricante de motocicletas japonesa Yamaha começa em 1887, com Torakusu Yamaha e sua Yamaha Fukin Works, fabricando órgãos musicais. Em 1897, se transforma em Nippon Gakki Company, ainda no segmento musical. Já em 1953, no pós-guerra, com a carência de transporte, o então presidente Genichi Kawakami decide fabricar motos, que começam a ser produzidas em 1955. O primeiro modelo foi o YA-1, com motor de um cilindro, do tipo dois tempos, e 125cm³, além de acabamento esmerado. O nome da moto trazia a inicial do sobrenome do fundador da empresa (Yamaha) e A1 por ser a primeira, que era uma cópia escancarada do modelo alemão DKW RT 125, sucesso absoluto na época.
Veja a galeria de fotos das motos de competição da Yamaha!
No mesmo ano, quase simultaneamente ao lançamento da YA-1, a Yamaha decide entrar nas competições, vislumbrando a importância da medida no aperfeiçoamento de componentes e desenvolvimento de novos produtos, além do impacto positivo na opinião pública com reflexos nas vendas. Mesmo novata, ganha algumas das provas mais importantes do Japão, como a Subida do Monte Fuji e a Asama Kasan. Em 1958, monta um departamento de competições para desenvolver modelos visando voos mais altos, para disputar competições no exterior. Em 1961, portanto, há exatos 50 anos, a marca parte para a França, para disputar o seu primeiro Grande Prêmio oficial, com os pilotos Fumio Ito e Tanoharu Noguchi.
De lá para cá, as competições não mais pararam. A montadora investiu ainda mais no departamento de corridas, com uma divisão também para clientes privados e outra para pilotos de fábrica, popularizando aceleradamente a marca e ajudando a conquistar muitas vitórias. Em 1964 e 1965 vieram os primeiros títulos na categoria 250cm³, que fazia parte do circuito mundial de Motovelocidade, criado pela Federação Internacional de Motociclismo (FIM), que foi disputado pela primeira vez em 1949. Inicialmente, somente nos países da Europa e, depois, pelo mundo afora. Inclusive no Brasil, que já fez parte do calendário oficial, nas décadas de 1980 e 1990, com provas em Goiânia, Rio de Janeiro e São Paulo.
A Yamaha também contou com um piloto brasileiro em sua equipe oficial. Alexandre Barros pilotando o modelo M1, no mundial de MotoGP. A categoria rainha da motovelocidade era denominada 500cm³, com motos equipadas com motor do tipo dois tempos. Em 2002, começou a mudança com a introdução dos modelos com motor do tipo quatro tempos de até 990cm³, em função das exigências ambientais. Logo depois, o regulamento muda, exigindo motores com no máximo 800cm³, para proporcionar maior segurança. Mesmo assim, as motos mais leves contornam melhor as curvas e nas retas ultrapassam os 320km/h, pesando apenas 150kg. Em 2012, o regulamento será alterado novamente e os motores voltarão para 1.000cm³.
VITÓRIAS Nada disso, porém, tirou as vitórias da marca. A Yamaha é a atual campeã mundial, com o piloto espanhol Jorge Lorenzo, e venceu o último GP disputado na pista de Assen, Holanda, sábado, no circuito projetado especialmente para corridas de motos e considerado um dos palcos sagrados da motovelocidade, com o piloto norte-americano Bem Spies, que subiu alto no pódio pela primeira vez na carreira, com a moto e macacão decorados em homenagem aos 50 anos. Coincidentemente, a Yamaha tinha preparado uma grande festividade para comemorar suas bodas de ouro, com a presença de pilotos do passado, como Giacomo Agostini e Phil Read, além de um desfile com motos históricas. Foi a cereja do bolo das comemorações do cinquentenário, que porém, vai durar até o fim do ano.
Na comemoração, motos históricas, como a pioneira YZR 500 OW20, de 1974, com motor de dois tempos de 494cm³ e 80cv, que venceu pela primeira vez e também deu o último título da carreira de Giacomo Agostini. Em 1975, o modelo ganhou o sistema de suspensão traseira do tipo mono. O modelo YZR 500 OW35 K, de 1978, proporcionou três títulos mundiais para o americano Kenny Roberts. As YZR também fizeram vencedores Wayne Raynei. Com a mudança no regulamento, em 2002, a Yamaha, especialista em motores do tipo dois tempos, desenvolve a M1, com motor de quatro cilindros em linha e quatro tempos. Com este modelo, o italiano Valentino Rossi monopoliza o mundial e venceu várias provas e campeonatos até 2009.