Tuiuti (SP) - Apresentado ao mundo em novembro de 2014, o modelo S 1000 XR chega ao Brasil um ano depois, montado em Manaus, pelo sistema CKD. O visual lembra o estilo big trail, mas, na verdade, a moto é uma espécie de aventureira do asfalto, com posição de pilotagem mais relaxada e em pé, além de guidão mais alto e largo, porém, rodas, pneus, suspensões e motor completamente voltados para pisos bem tratados. Uma fórmula que ainda acrescenta muita eletrônica e um propulsor de quatro cilindros em linha, derivado da superesportiva S 1000 RR, que confere boa dose de esportividade.
A versão montada no Brasil é a mais completa, com pacote que inclui piloto automático, setas com LEDs, sistema de câmbio que permite passar as marchas sem desacelerar, debrear e reduzir, com direito a luzinha que acende na hora certa de cambiar. As suspensões são inteligentes e se ajustam automaticamente por meio de vários sensores, de acordo com as condições do piso. Mas o modelo traz ainda manoplas aquecidas, cavalete central, protetor de mãos, luz diurna em LED, preparação para GPS, controle de tração, ABS que pode ser usado em curvas e quatro tipos de modos de pilotagem.
ELETRÔNICA Uma parafernália que pode ser facilmente selecionada por meio de comandos no punho do guidão e indicadas no painel, que concentra tantas informações que exige atenção na consulta. O tipo de pilotagem pode ser ajustado em diferentes modos. No rain, para pisos molhados, a potência é reduzida para 148cv e os controles de tração e estabilidade ficam mais atuantes. No modo road, a potência sobe para 160cv, ainda com ajuda do controle de tração. No Dynamic, a resposta do acelerador é direta, e no modo Dynamic Pro a eletrônica é desativada e a responsabilidade fica com o piloto.
Originalmente com 199cv, o propulsor de 999cm³ foi ajustado para “apenas” 160cv a 11.000rpm, que, em compensação, oferece um torque mais linear e em giros mais baixos, atingindo 11,4kgfm a 9.250rpm. Outro cacoete de conforto em relação à esportiva da qual é derivada é a mudança na geometria do quadro de alumínio com motor portante – que é integrado ao quadro –, que tem maior distância entre-eixos, para maior comodidade e estabilidade em retas. Além disso, o banco pode ser regulado na altura, assim como o pequeno para-brisa, embora de forma manual.
ANDANDO O motor é um relógio, característica dos tetracilíndricos. Mas o legal é que pode ser lobo ou cordeiro, conforme a conveniência, com o auxílio dos ajustes eletrônicos. Em pele de lobo é divertido, com retomadas vigorosas e até aceita barbeiragens, por conta do sistema anjo da guarda ABS Pro, com dois discos de 320mm de diâmetro na dianteira e outro de 265mm na traseira, que permitem frenagens no limite, mesmo em curvas, sem alongar a trajetória. O jeitão aventureiro é mais confortável, em compensação sacrifica a negociação nas curvas. O peso é de 228 quilos, já abastecida.
As rodas de liga leve, com aros de 17 polegadas, calçadas com pneus de alta performance, por outro lado, reforçam o lado esportivo. As suspensões também dão uma mãozinha na pilotagem. Invertida na dianteira, com 150mm de curso, e mono na traseira, com 140mm de curso, ajustam a pré-carga e nível de amortecimento conforme o peso do piloto, garupa e bagagem, além de detectar o ângulo de inclinação, velocidade, aceleração e intervenção dos freios para imediatamente se adequar. Toda a sofisticação, porém, cobra o preço, que tem valor sugerido de R$ 71.900.
* Viajou a convite da BMW do Brasil