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Bimota Tesi 3D - Indo ou vindo?

Com visual futurista, suspensão dianteira sem garfo e quadro que abraça motor, este é um modelo exclusivo de alto desempenho e com soluções técnicas ousadas

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Foto:

Quadro em arco lembra a letra ômega do alfabeto grego

Produzida quase artesanalmente, a marca italiana Bimota é uma exclusividade para poucos. O modelo Tesi 3D, com suas soluções técnicas ousadas, é ainda mais restrita. A motocicleta adota uma balança em treliça na suspensão dianteira em vez das tradicionais bengalas, tornando a frente semelhante à traseira. Com isso, não dá para saber se a moto está indo ou voltando. Exageros à parte, o sistema visa a rebaixar o centro de gravidade e melhorar a performance dinâmica. A Bimota acumula muitas tecnologia, pois, nasceu em Rimini, com os sócios Bianchi, Morri e Tamburini, que emprestaram suas iniciais para batizar os quadros produzidos para competições.

Daí para rechear os quadros com motores e lançar a marca com modelos próprios foi um pulo. Nesta empreitada, a Bimota já utilizou motorização Honda e Yamaha, mas a proximidade do badalado projetista Massimo Tamburini com a Ducati fez a marca adotar os tradicionais dois cilindros em V, inclinados a 90 graus e dispostos em "L", com o inconfundível comando desmodrômico, que faz sucesso nas ruas e pistas. A origem do modelo Tesi, entretanto, é curioso. Não nasceu da criatividade de algum projetista mais empolgado, mas nos bancos de uma universidade, como tese de formatura, em 1990.

Projeto

Motor é Ducati de 1.100 cm³ de dois cilindros em V

O modelo foi concebido pelo jovem engenheiro Pierluigi Marioni e ficou tão bom que ganhou a versão comercial, mantendo o nome Tesi, tese em italiano. De lá para cá, veio a segunda geração, em 2004, com o nome Tesi 2D, desenvolvida pelo estúdio VMD, comandado por Rodrigo Ascânio, que também criou o modelo precursor e semelhante Vyrus. Em 2007, a terceira geração foi batizada de Tesi 3D. Esta última modernização ficou a cargo do projetista Enrico Borghesan. A letra D permanece para lembrar a motorização Ducati. A ideia da suspensão dianteira sem o garfo convencional, porém, já foi utilizada comercialmente. Pela Yamaha, com o fora de linha modelo GTS 1000, e nas pistas do mundial de MotoGP, com a elegante ELF nos anos 1980. A solução pouco comum confere um visual futurista, completado pelo quadro, igualmente não convencional. Em arco duplo, dispostos um de cada lado da moto, com o formato da letra ômega, do alfabeto grego, e construído em alumínio, abraça o motor por cima e permite a ligação da suspensão dianteira à da traseira, reduzindo peso e dimensões. Com isso e mais o emprego de materiais leves e nobres, como fibra de carbono, magnésio e titânio, o peso da Bimota Tesi 3D 1100 é de apenas 168kg a seco.

Sistema

A suspensão dianteira, com monoamortecimento e braços paralelos ao chão, batizada de Extreme Tech, com sistema pull road, tem 115mm de curso e possibilidade de regulagens. A suspensão traseira mono Extreme tem 120mm de curso. Com a adoção desse tipo de suspensão dianteira, as pinças Brembo de ataque radial dos freios dianteiros tiveram que ser deslocadas para a parte inferior dos discos de 320mm de diâmetro. Ficam em posição bem mais vulneráveis, perto do chão, mas também ajudam a rebaixar ainda mais o centro de gravidade. O freio traseiro é convencional, com disco de 220mm de diâmetro.

O motor da Bimota Tesi 3D, o mesmo que equipa a Ducati DS 1100, de 1.078cm³, está equipado com injeção eletrônica de combustível e refrigeração a ar e óleo. A potência chega a 96cv a 7.750rpm e o torque a 10,5kgfm a 4.750rpm. As rodas de liga leve são confeccionadas pela italiana Marvic e os escapes, de saída alta, têm ponteiras em titânio. A Bimota Tesi 3D é importada para o Brasil, nas cores branca, com decoração de fábrica ?factory?, semelhante às motos de competição, e carbon black, com elementos em fibra de carbono aparente. Os preços são de R$ 99 mil e R$ 155 mil, respectivamente. Informações: (11) 5532-1880.