A região amazônica, com sua exuberância e grandiosidade, atrai a atenção de todo o mundo, inclusive da marca de motocicletas italiana Benelli, que batizou um modelo especial com o nome de Amazonas. A moto tem cacoetes de fora-de-estrada e é baseada na enorme naked TRE 1130 K, lançada em 2006. O denominação pretende reforçar a imagem de uma expedição que a montadora organizou pela América do Sul, entre 4 de novembro e 23 de dezembro de 2007, percorrendo cerca de 16 mil quilômetros, em sete países.
Foram 19 motos, devidamente adaptadas com o 'kit amazônico', para conferir maior mobilidade nos diversos pisos, dois furgões e 35 pessoas envolvidas na empreitada, que começou na Venezuela, passou por Colômbia, Equador, Peru, Bolívia e Chile, para terminar na Argentina, o que incluiu a região desértica da Patagônia. Curiosamente, o Brasil, que detém a maior porção da Amazônia, que serviu de inspiração para o novo modelo, ficou de fora do circuito, que priorizou o eixo da Rodovia Panamericana.
Estratégia
O nome Amazonas, porém, não é novidade entre as motocicletas. Nos anos 1970/1980, o Brasil produziu a gigantesca Amazonas, com motor de Fusca, considerada a maior moto do mundo, que era exportada até para o Japão, concorrendo com toda a sofisticação dos modelos locais. Ano passado, a marca foi "ressuscitada" no Brasil, dessa vez em motos menores, que serão montadas em uma fábrica em Manaus, com tecnologia chinesa. A mesma China que agora controla o capital da Benelli.
A tradicional Benelli, nascida em 1911, na cidade de Pesaro, na Itália, foi recentemente encampada pela marca Qianjiang, um dos grandes produtores de motos na China (que fornece tecnologia para a brasileira Garinni), como forma de ganhar status e entrar mais facilmente nos mercados europeu e americano. A estratégia de crescimento e internacionalização também inclui essas expedições e denominações, para demonstrar toda a resistência e tecnologia da marca.
Metamorfose
As alterações feitas no modelo original, para transformá-lo em Amazonas, foram simples. O visual continua com o farol destacado e escape de saída alta. Na parte técnica, a nova TRE 1130 K Amazonas ganhou discos de freio do tipo margarida, protetores de mão, suspensões recalibradas, rodas raiadas (com aro de 19 polegadas, na dianteira, e 17, na traseira), uma decoração mais agressiva, novos pneus com perfil misto e a inscrição Amazonas, junto à identificação do modelo. O motor da Amazonas italiana é um três cilindros em linha, com 1130 cm³ de cilindrada, dotado de refrigeração líquida e injeção eletrônica, que desenvolve 123,4 cv de potência máxima (a 9.000 rpm) e 11,7 kgfm de torque máximo (a 6.250 rpm).
A suspensão dianteira é uma poderosa Marzocchi, do tipo invertida, com tubos de 50 mm de diâmetro e 180 mm de curso. A suspensão traseira é mono, com construção do tipo balança e tubos em treliça e 180mm de curso. Ambas são plenamente reguláveis. O quadro também tem arquitetura em treliça. Nos freios dianteiros, há dois discos, de 320 mm de diâmetro, com pinças Brembo. O traseiro tem disco simples, de 255 mm de diâmetro. O câmbio tem seis marchas. O peso a seco é de 208 quilos, e, a capacidade do tanque, de 22 litros.