Uma das mais inquietas e criativas marcas da indústria italiana de motocicletas, a Aprilia coleciona razões que justificam a fama. A nova motocicleta Shiver 750 é uma delas. Trata-se de uma naked (pelada), equipada com motor novo de dois cilindros em V, inclinados em 90 graus e 749,9 cm³ de cilindrada, equipado com injeção eletrônica, refrigeração líquida e quatro válvulas por cilindro. Extremamente compacto, compõe a estrutura do quadro e fornece 95 cv a 9.000 rpm, um dos mais potentes V2 de série do mundo.
Além disso, teve a audácia de abolir um dos conceitos mais antigos do motociclismo mundial. O acelerador não tem cabos, mas informações eletrônicas (batizado de ride by wire), que, por sensores, interpretam o grau de abertura da manopla do acelerador, as rotações e temperatura do motor e a marcha engatada, para gerenciar a melhor maneira de acelerar, proporcionando também economia. O piloto acaba não enrolando o cabo, que é o termo usado para uma condução esportiva, mas tem a mesma sensação, só que turbinada pela tecnologia.
Média
O nome Shiver, significando tremor ou calafrio, parece uma provocação com a reação da concorrência. Para encarar o desafio, essa naked de média cilindrada, contou com uma ajuda de peso: o suporte financeiro e material da gigante Piaggio (também italiana), que adquiriu seu controle acionário, mas preservou sua identidade. Assim, a engenharia da marca também pôde trabalhar no desenvolvimento do quadro. Um misto de treliça em tubos de aço na parte superior e vigas laterais em alumínio, na parte inferior.
A solução, que conta ainda com a estrutura do motor para aumentar a rigidez, resulta em sistema compacto e ciclística, que privilegia a agilidade na condução, com tecnologia extraída das pistas e dos laboratórios. Mesmo conceito empregado nos futuristas modelos MXV (motocross) e suas versões RXV (enduro) e SXV (supermotard), também com dois cilindros em V. A configuração do motor fez com que o amortecedor traseiro regulável (130 mm de curso), fosse deslocado para a lateral direita, por falta de espaço.
Triângulo
Se as soluções técnicas representam inovações, o visual incorpora a badalada escola italiana de desenho, capaz de surpreender, mesmo quando a moto é uma naked, sem roupagem ou lataria, para exercitar a criatividade. O tanque, de 15 litros, tem vincos em vez do tradicional formato arredondado. O farol fica destacado e tem desenho triangular, assim como o quadro de instrumentos e as exóticas ponteiras do escapamento, triangulares, que quase escondem a lanterna traseira.
O freio dianteiro tem duplo disco de 320 mm de diâmetro e pinça com quatro pistãos de fixação radial. O freio traseiro tem 245 mm. A suspensão dianteira é invertida, com tubos de 43 mm e 120 mm de curso. O torque do motor é de 8,24 kgfm a 7.000 rpm, que também conta com sofisticado comando de válvulas misto, com engrenagens e corrente, já utilizado nas superesportivas RSV Mille e Tuono. As rodas são em liga leve de 17 polegadas. O peso a seco é de 189 kg e o câmbio, de seis marchas. A Shiver 750 deve ter importação independente (já que a Aprilia desativou seu escritório no Brasil), ainda sem preço definido. Informações pelo site site da Aprilla.