O universo europeu de motocicletas, caracterizado pela tradição, qualidade e vasta gama de modelos, não se restringe apenas às marcas mais badaladas e conhecidas, concentradas em países como Itália, Alemanha, Espanha, Suécia e Inglaterra. Em Portugal, por exemplo, também são produzidas motos, como as do fabricante AJP, especializado em modelos do tipo fora de estrada e que está chegando ao Brasil para disputar um espaço no nosso mercado, com as mesmas armas da concorrência. Instalada em Candelária, região central do Rio Grande do Sul, a 180 quilômetros de Porto Alegre, vai iniciar a comercialização de três modelos em junho.
Serão duas motocicletas de 200cm³ (Enduro e Enduro Pró), da linha PR3 e PR4, equipadas com motor de um cilindro, do tipo quatro tempos, com refrigeração a ar e óleo e partida elétrica, produzidos com tecnologia Honda, sob licença. A outra é uma 250cm³, PR5, também com motor de um cilindro, quatro tempos, mas equipada com injeção eletrônica. Inicialmente, as motos serão importadas, como informa Cássio Vaz Ribeiro, representante da marca, por meio de sua empresa, Enduro Experience, para em um futuro próximo serem montadas em regime CKD, quando as suas instalações estiverem adequadas. A rede de concessionárias também está sendo estruturada.
História
Nascida em Galegos, Penafiel, próximo à cidade do Porto, em Portugal, a AJP lançou sua primeira moto em 1990. Os construtores, irmãos Antônio e Jorge Pinto, que emprestaram as iniciais de seus nomes para batizar a marca, seguiram aperfeiçoando seus modelos, adotando soluções como quadro em dupla trave em alumínio e aço, balança em alumínio forjado, tanque sob o banco e suspensão dianteira invertida. A dupla enfrentou também competições como laboratório de desenvolvimento e atualmente conta com uma linha de motos que inclui modelos para o fora de estrada e as correspondentes supermotard para o asfalto. Em 2009, a marca recebeu investimentos da AICEP, para aumentar a produção e as exportações.
Os modelos de 200cm³, PR3 Enduro e PR4 Enduro Pró, se diferenciam pelas suspensões e terão um preço estimado em cerca de R$ 15.800. O motor, comum aos dois modelos, tem na verdade 198cm³, duas válvulas (cabeçote trabalhado pela própria AJP) e alimentação por carburador, que rende 18cv. O câmbio tem cinco marchas e os freios são a disco nas duas rodas, com acionamento hidráulico. Na dianteira, 260mm de diâmetro e na traseira 195mm para o modelo PR3 Enduro e 200mm no modelo PR4 Enduro Pró. O quadro é em alumínio e aço, com arquitetura perimetral. O painel é totalmente digital, o guidão em alumínio, da marca Reikon, e as manoplas, Domino.
Suspensões
As rodas e os cubos também são de alumínio. O peso a seco é de 100kg e o tanque de combustível comporta 7,5 litros, com acesso pela parte de trás do banco, que fica a 840mm do chão. A suspensão dianteira no modelo PR3 Enduro é da marca italiana Marzocchi, com tubos de 45mm de diâmetro e 260mm de curso. A suspensão traseira, do tipo mono, é alemã, Sachs, com 280mm de curso. Ambas reguláveis. No modelo PR4, Enduro Pró, a suspensão dianteira é da marca Paioli, com tubos de 41mm de diâmetro e 260mm de curso. A suspensão traseira é Sachs, com 290mm de curso e reservatório de gás. Ambas plenamente reguláveis. Com isso, aumenta a altura do banco para 920mm do chão.
O modelo PR5 Enduro tem motor do tipo quatro tempos, quatro válvulas, refrigerado a ar e óleo, derivado da Honda XR 250R. Um propulsor robusto, de baixa manutenção, que desenvolve cerca de 25cv. A alimentação é por injeção eletrônica. A suspensão dianteira é Sachs, com tubos de 48mm de diâmetro e 300mm de curso e a traseira, mono, também Sachs, com 300mm de curso. O freio dianteiro tem disco de 260mm e o traseiro, 240mm. O peso a seco é de 115kg e a altura do banco 940mm. A expectativa de preço é de R$ R$ 20 mil.