Qual foi o grande erro da Volkswagen com o Voyage? O modelo é a versão sedan do Gol, o maior sucesso da indústria de automóveis no Brasil. Lançado em 1980, o Gol foi o único a superar o Fusca em vendas domésticas e exportações, com mais de 8,5 milhões de unidades produzidas.
O VW Gol marcava o início de uma nova família chamada pela montadora de BX, que teria o sedan Voyage, a perua Parati e a picape Saveiro. O Voyage foi o segundo membro da família BX lançado um ano depois do Gol., em 1981, e era a sua versão com o porta-malas destacado.
O VW Voyage foi produzido até 1996, quando o Gol ganhou uma nova geração popularmente denominada “Bolinha”. A primeira geração do VW Voyage foi muito bem sucedida durante os primeiros 15 anos, e brigava de igual para igual com seus concorrentes, na época, Chevrolet Chevette, Fiat Oggi, entre outros.
O sedan compacto foi também exportado, inclusive para os Estados Unidos, onde era vendido com o nome de Fox. E acredite, é o carro que aparece no filme Batman Returns, de 1992. Ele teve mais de 1,5 milhão de unidades produzidas.
Mas a Volkswagen errou ao decidir a volta do Voyage 12 anos depois, em 2008, pois os sedans compactos da época ganharam novo conceito, com maiores dimensões, mais conforto e espaço. A versão três-volumes do Gol não tinha condições de fazer frente, por exemplo, ao Nissan Versa, Chevrolet Cobalt ou Renault Logan. Todos com maiores comprimento, distância entre-eixos, espaço atrás e capacidade do porta-malas.
Mas, apesar de todo o sucesso do Gol, chegou a hora de sua aposentadoria depois de 42 anos de bons serviços prestados. O projeto é antigo, a fabricação é menos rentável para a montadora do que modelos sobre plataformas mais modernas. E não vale a pena investir para adequar nem o Gol, nem o Voyage à nova legislação de segurança prevista para os próximos dois anos.
Então, ambos, Gol e Voyage, só vão até dezembro de 2022. E já está sendo lançada uma série especial de despedida do Gol, a Last Edition, ou última edição. Porém, o Voyage não receberá a mesma honraria e os concessionários já alegam até dificuldades para comercializar o modelo.
O sucessor? O do Gol é o Polo Track, já apresentado. Mas não é o caso do Voyage, pois a VW não faria com o Virtus, o sedan do Polo, a mesma “ginástica” para reduzir equipamentos e custo. Então, auf wiedersehen, herr Voyage! (Adeus, Voyage!).
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