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Papo de Roda - Vítimas de janeiro

Todo início de ano é a mesma lenga-lenga do vendedor tentanto convencer o comprador a levar o monstrinho

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Início do ano, além dos cuidados habituais com o carro, exige olho vivo contra armadilhas e picaretagens para pegar o motorista incauto.

MONSTRINHO Ele sempre reina na virada do ano: é o carro de duas cabeças, fabricado em 2011 como modelo 2012. Em janeiro começa a produção do 2012/2012, que logo estará disponível nas concessionárias. Só existe uma diferença entre eles: o registro no documento do Detran. Mas todo ano se repete a mesma lenga-lenga do vendedor tentando convencer o comprador de que não tem problema levar o monstrinho. O dono do carro só vai perceber que foi lesado anos mais tarde, ao trocá-lo por um mais novo e ser informado de que o 2011/2012 dele vale menos que o 2012/2012. Um dos argumentos para convencer o freguês a levar o monstrinho é que o fabricado em 2012 ainda não chegou à concessionária. Pois então diga que não tem pressa e que volta no fim do mês. Quero ver se o desconto sai ou não sai.

DEDO DE OURO Durante o ano, você abastece o carro na cidade, quase sempre no mesmo posto, recebe um tratamento diferenciado e cordial. Mas, quando chegam as férias e o automóvel vai para a estrada, as coisas podem mudar de figura, pois entra em cena o posto da estrada. Muitos agem corretamente e atendem com gentileza e honestidade. Mas alguns fazem do cliente vítima potencial de suas trapaças. Começa quando o frentista abre o capô para conferir os níveis. Ao checar o do óleo do motor, ele puxa a vareta, limpa e volta a colocá-la no suporte. Mas evita que ela chegue ao fundo do cárter, travando-a com o dedo. É claro que o nível estará baixo e ele fatura desonestamente um litro de óleo às suas custas. O prejuízo pode ser maior se o nível subir além do máximo, pois podem ocorrer problemas no motor. Além do dedinho de ouro, tem a oferta de aditivos desnecessários, troca do extintor ainda na validade, lava a jato barato nas escovas que riscam sua pintura e outras picaretagens.

RESERVA A eletrônica favorece de um lado e prejudica do outro. Chave de automóvel sempre foi das coisas mais baratas, até que inventaram a que tem um chip interno. A vantagem? Se o sistema eletrônico de injeção não reconhecê-lo, não adianta virar a chave que o motor não pega. Desvantagem? Se, numa viagem, você perde a chave ou ela quebra, não adianta chamar qualquer chaveiro da esquina, pois a cópia só funciona com o chip codificado para o seu motor. Claro que vai custar muito, muito mais caro se você estiver longe de casa. Evite o rombo no saldo bancário levando a chave reserva.