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Papo de Roda - O DS 5 do presidente

A PSA pegou uma carona na Rio%2b20 para demonstrar seu sistema híbrido, que inclui tração integral e motorização diesel. Nada disso seria possível sem a eletrônica

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François Hollande, novo presidente da França, foi receber a faixa de Sarkozy a bordo de um Citroën DS 5 híbrido. Monsieur Hollande, do Partido Socialista, preocupado com os graves problemas sociais que afligem o país, nem deve ter percebido que foi levado num carro híbrido. Mas, se alguém da PSA (holding que agrupa as marcas Peugeot e Citroën) tiver lhe explicado que o carro tem uma tecnologia de ponta e pioneira no mundo, talvez o novo presidente se orgulhasse de seus compatriotas que desenvolveram o sistema HYbrid4 (veja matéria nesta edição).

A PSA pegou uma carona na Rio%2b20 e trouxe – para uma demonstração no Brasil – o Peugeot 3008 e o Citroën DS 5, ambos com o sistema HYbrid4. O DS 5, por exemplo, apesar de seus 1.700 quilos, emite apenas 99g de C02 por quilômetro e chega a rodar 26 quilômetros com um litro de diesel sem abrir mão de equipamentos de conforto e segurança. Além disso, é um 4x4 sem o tradicional (e pesadíssimo) eixo cardã, que vai da frente até a traseira do carro. Tem câmbio automatizado de seis marchas e também o Start-Stop, que liga e desliga automaticamente o motor quando o carro para, reduzindo em cerca de 10% o consumo no trânsito urbano.

Mas nada disso seria possível sem a eletrônica. A sincronização dos motores e baterias exige uma central computadorizada que avalia milhares de vezes por segundo o desempenho do automóvel e aciona os comandos. E como arquitetar uma tração integral sem ligação mecânica entre os eixos dianteiro e traseiro? Só com um computador “lendo” os movimentos das rodas num piso de baixa aderência para conversar com os dois motores e distribuir o torque de forma a se safar das piores situações.

A caixa automatizada tem software desenvolvido pela Magneti Marelli, que instalou o mesmo sistema em modelos brasileiros da Fiat e da Volkswagen. O novo Bravo 2013, por exemplo, já oferece o Dualogic Plus, uma nova geração do software que pode não ter eliminado o “tranquinho” ao passar marchas, mas já reduziu muito o inconveniente.

O Start-Stop, presente no Hybrid4 e assinado pela Bosch, é outro exemplo de como a eletrônica tornou possível o que era sonho até um passado recente. Seus sensores percebem que o carro parou e o motor é automaticamente desligado. Quando o motorista pisa no acelerador, o sistema aciona o motor de arranque.

Mas a informática, como qualquer outra novidade, traz vantagens e desvantagens: se um carro como esse que levou Monsieur Hollande sofresse uma pane no caminho, ninguém “quebraria o galho” no meio da rua e ele só chegaria para receber a faixa do Sarkozy a pé ou de carona...