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COLUNA DO CALMON

Carros elétricos começam a baquear em mercados no exterior

Se na China os modelos equipados com motor elétrico ainda são destaques em vendas, o mesmo não pode se dizer do mercado europeu e até mesmo nos Estados Unidos

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Por enquanto, encontrar um carregador disponível pode ser uma tarefa difícil
Por enquanto, encontrar um carregador disponível pode ser uma tarefa difícil Foto: Chevrolet/Divulgação

É certo que a China continua como o maior mercado de carros elétricos do mundo graças aos subsídios explícitos e implícitos, além das imposições por parte do governo ditatorial. Em alguns dos grandes conglomerados urbanos chineses só se pode obter uma licença ou placas para circular se for elétrico e, eventualmente, híbrido plugável.

No continente europeu, os países também oferecem bônus atraentes para quem decide adquirir um VEB (Veículo Elétrico a Bateria). As vendas vinham subindo rapidamente, mas, nos últimos meses, o ritmo arrefeceu.

No Reino Unido, os 24.359 carros elétricos comercializados em novembro último representaram uma queda de 17,1% em relação ao registrado um ano antes. A participação de mercado caiu de 20,6% em 2022 para 15,6% no mês passado, de acordo com números da SMMT (sigla em inglês para Associação de Fabricantes e Concessionárias de Veículos). Algumas projeções apontam para uma recuperação em 2024, mas não há realmente certeza.

Volkswagen ID.4 azul visto de lado. Modelo será um dentre os carros elétricos que serão entregues ao Vaticano e ao Papa.
SUV elétrico Volkswagen ID.4 Foto: Volkswagen/Divulgação

Por outro lado, na Alemanha, maior mercado do continente, a VW foi a primeira a sentir uma diminuição de procura por carros elétricos. Análises iniciais atribuíram a queda a uma inadequação dos produtos.

No entanto, a Audi anunciou agora que adiará o lançamento de novos elétricos em resposta à diminuição do interesse dos compradores devido aos preços elevados em relação aos carros com motor de combustão interna (MCI). Em declaração ao site Automotive News Europe, o executivo-chefe da marca alemã, Gernot Dölner, admitiu que pretende reduzir a produção para evitar pátios cheios.

Já a BMW negou peremptoriamente que deixaria de investir em MCI. O presidente da empresa, Oliver Zipse, falou da sua aversão à proibição destes motores por parte União Europeia, em 2035. Alegou que isso colocaria os fabricantes de automóveis europeus numa guerra de preços com os produtos chineses.

Os novos registros de veículos elétricos ainda crescem a um bom ritmo nos EUA, mas limitados ao mercado de marcas de luxo. Porém, segundo dados da consultoria Experian, nos segmentos de altas vendas não conseguem avançar sobre modelos a gasolina e híbridos.

Uma surpresa, agora, veio do polêmico Elon Musk, o homem mais rico do planeta, dono da Tesla e de outros grandes negócios, inclusive aeroespaciais. Ele afirmou que os alertas sobre mudanças climáticas são exagerados em curto prazo, embora repetisse que se considerava um ambientalista. Segundo o sul-africano naturalizado americano e canadense, maior produtor de carros elétricos do mundo, “petróleo e gás não podem ser demonizados”. Difícil é saber exatamente o que ele considera “curto prazo”.

Ranger Raptor tem proposta superior

A super especialização chegou às picapes e a Ford Ranger Raptor é o melhor exemplo. Importada da Tailândia, ocupa um nicho muito específico de mercado, inclusive por seu preço para bem poucos: R$ 446.800.

Ranger Raptor saltando uma rampa de terra
Ranger Raptor Foi Preparada para amortecer impactos de saltos e ter boas retomadas Foto: Ford/Divulgação

Em um primeiro contato no campo de provas da Ford, em Tatuí (SP), logo se destacou pela aceleração vigorosa e o ronco que ecoa do motor. Estabilidade muito boa, apesar dos pneus de perfil alto (285/70R17 A/T General Grabber) indicados para uso fora de estrada. Há molas helicoidais na traseira, além de maiores bitolas e cursos das suspensões dianteira e traseira. Os amortecedores são ativos da marca Fox.

Motor é um V6, 3.0 litros, a gasolina, biturbo, 397cv e 59,5kgfm de torque. O câmbio automático epicíclico de 10 marchas ganhou desenvolvimento específico para a linha Raptor. Desempenho declarado de 0 a 100km/h em 5,8 segundos, bem além de qualquer picape. Velocidade máxima é limitada eletronicamente em 180km/h. O modo esportivo é selecionável no console.

Nos trechos fora de estrada demonstrou aptidão acima da média, em baixa e alta velocidade. Além do controle de tração bem calibrado, há cinco modos de terreno: escorregadio, lama, areia, pedregulho e baja. Neste último, para alto desempenho, o controle de estabilidade é desabilitado e aceita entrada de curvas no modo pêndulo típicas de ralis. O botão “R” no volante (modo Raptor) permite personalização para cada um dos itens separadamente: amortecedores, direção e escapamento.

Capacidade de vau (transpor alagados) é de até 850mm, 50mm a mais do que as outras versões da Ranger. Ângulos: de entrada, 32 graus; de saída, 27 graus e central, 24 graus. A facilidade com que as suspensões absorverem saltos reais é impressionante, com ótimo trabalho dos amortecedores ativos.

Nova Ford Ranger
Nova Ford Ranger Foto: Ford / Divulgação

Tudo isso sem esquecer do bom comportamento em ambiente urbano e rodoviário, simuláveis também no campo de provas.

Melhorou segurança ativa da Hilux SRX Plus

Apesar de manter uma posição confortável na liderança entre picapes médias tradicionais – aquelas com carroceria sobre chassi de longarinas, também conhecido como chassi tipo escada – a Toyota Hilux apresentava algumas deficiências quando submetida a exigências rigorosas. Embora sem tanta repercussão no Brasil, não se deu tão bem quando testada no exterior, no famoso Teste do Alce, em que chegou a retirar rodas do chão quando provocada a fazer desvio brusco de trajetória. Modelos de outras marcas passaram sem problemas.

As mudanças incluem alargamento das bitolas em 155mm na traseira e 140mm na dianteira, com novo posicionamento de amortecedores e molas na dianteira; amortecedores traseiros externos ao chassi; barra antirrolagem também no eixo traseiro; aumento do vão livre em 20mm, o que melhorou ângulos de ataque e saída; freios a disco ventilado no eixo traseiro.

Esteticamente, a Toyota Hilux SRX Plus ganhou extensões maiores de para-lamas (em razão do aumento das bitolas) e uma barra entre caçamba e cabine com formato aerodinâmico para diminuir ruído. Motorização a diesel não mudou (2.8 litros, 16V, 204 v, 50,9kgfm), nem o câmbio automático de seis marchas e o bloqueio eletromecânico do diferencial traseiro.

Pacote ADAS (sigla em inglês para Sistemas Avançados de Assistência ao Motorista) inclui, entre outros, alertas de mudança de faixa e de pré-colisão, assistentes de partida em subida e de descida e controle de cruzeiro adaptativo.

Em um primeiro contato com a picape, destaques para menos ruído a bordo e suspensões ligeiramente melhores em termos de conforto de marcha. Preço: R$ 334.890.

*A todos os leitores(as) feliz Natal e um ano de 2024 turbinado. É tempo de dar uma parada e volto ao volante na segunda semana de janeiro.

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