O encerramento do Inovar-Auto, no fim deste ano, abre oportunidades de debates sobre a sua evolução. O programa causou polêmicas ao envolver medidas consideradas protecionistas pela União Europeia e Japão. Projetado para um período de cinco anos (2012 a 2017), incluiu muitas exigências burocráticas e teve saldo final discutível. Tudo agravado pela severa recessão econômica que atingiu a indústria automobilística e os fornecedores.
Introduziu, porém, com sucesso, metas de diminuição de consumo de combustível. Foi responsável direto pela boa evolução dos motores produzidos no país. Tornou conhecido o conceito de eficiência energética com etanol e gasolina, embora referências em MJ/km não sejam bem compreendidas pelos motoristas. Mas todos sentiram uma evolução dos consumos, tanto de gasolina (E27) quanto de etanol (E100), na tradicional medição em quilômetros por litro.
Agora surge uma boa notícia. O governo federal prepara para agosto novo programa batizado de Rota 2030. Diretrizes de longo prazo são tudo o que executivos de empresas e engenheiros precisam para desenvolver tecnologias. A cilindrada dos motores deixaria de balizar unicamente a carga fiscal sobre automóveis. Ainda não se sabe pormenores, mas a taxação poderia considerar emissões de CO², um gás de efeito estufa (GEE) ligado umbilicalmente ao consumo de combustível. Traria liberdade para soluções avançadas e específicas.
Outra ideia seria introduzir o conceito de emissão total de GEE desde a sua produção até o que sai pelo escapamento dos veículos (no jargão técnico, do poço à roda). Forma justa e tecnicamente correta de estimular o uso de biocombustíveis como etanol. Há de se valorizar as externalidades dessa alternativa de baixo carbono total, quando continuam as preocupações mundiais com CO² e possíveis mudanças climáticas. Não se trata de subsidiar o biocombustível, mas de revisar a taxação sobre os de origem fóssil, a fim de encontrar um equilíbrio para atrair o consumidor e incentivar o produtor.
Embora ainda sem repercussão fora da comunidade técnica, chegou a hora de explicar ao governo e aos consumidores as vantagens de introdução de um novo tipo de etanol com menor teor de água, meio-termo entre anidro e hidratado. Seria utilizável puro ou misturado a gasolina sem qualquer problema técnico, considerando-se a temperatura ambiente média do país.
Essa mudança poderia ser gradual e identificada de início como etanol premium. Haveria aumento de autonomia nos motores flex ao usar o combustível renovável, além de ganhos pela melhor adequação às novas tecnologias. O custo para desidratar o etanol tem caído com a introdução da técnica de peneira molecular.
Outra solução de médio prazo contemplaria estímulos ao veículo híbrido, com a combinação de motores elétrico e a combustão flex, otimizado para etanol. O Brasil teria vantagem competitiva quanto ao GEE, pois um carro médio nacional emitiria apenas 20g/km de CO². Já um modelo equivalente puramente elétrico, cuja geração de energia para recarregar as baterias dependesse de usinas térmicas a combustível fóssil (como ocorre na maioria dos países), se situa atualmente entre 30g/km e 40g/km de CO² ou até 100% a mais.
RODA VIVA
PRIMEIRAS unidades do Argo saem da linha de montagem da Fiat, em Betim (MG) para lançamento no próximo mês. Esse novo compacto anabolizado sucede ao Punto. Serão três versões (Attractive, Essence e Sporting) e sete variações. Motores Firefly 1.0 e 1.3, e 1.8 EtorQ. Opções de câmbio automatizado no motor menor e automático no maior.
CHEVROLET S10 com motor flex (2.5/206cv/27,3kgfm) passa a oferecer câmbio automático de seis marchas. Disponível apenas para as versões de cabine dupla LT e LTZ. Apesar de seu porte e peso, pode acelerar até 100km/h em surpreendentes 9,5s. Recebeu classificação A em consumo no Programa de Etiquetagem do Inmetro: etanol 6,4km/l na estrada e 5,3km/l na cidade; gasolina 9,4km/l e 7,9km/l, respectivamente. Preços: R$107.990 a R$ 129.990.
DEPOIS de chegar ao Chile, Peugeot 301 importado da Espanha agora está disponível na Argentina. Este sedã tem dimensões próximas a de um médio a preço de compacto, como Logan, Cobalt, Versa e City. Marca francesa afirmou que o carro não viria para o Brasil, mas com o fim da sobretaxa do IPI, quem sabe? No país vizinho, preços entre R$ 65 mil e R$ 77 mil.
QUEM já circulou em estacionamentos com aquelas luzes vermelhas e verdes indicando vagas disponíveis sabe que é mão na roda. Sistema foi criado pela SmartMotion, do engenheiro eletrônico português Paulo Lourador, radicado no Brasil. Depois de implantado em Portugal, México, Colômbia e Equador, ele planeja entrar no gigantesco mercado americano.
RESSALVAS Novo BMW Série 5 está em sua sétima geração e não sexta, como publicado na coluna da semana passada. Quanto ao Mercedes-Benz Classe S, apresentado no Salão de Xangai, trata-se de uma reestilização de meia-vida da atual sexta geração.
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