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Carro elétrico: você está preparado para ter um na garagem?

Com o lançamento de alguns modelos com preços menos exorbitantes, o carro elétrico começa a despertar o interesse de muitos, mas é preciso saber que são veículos que mudam a rotina

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Com novas marcas e novos adeptos, carros elétricos ganham força no mercado brasileiro
Com novas marcas e novos adeptos, carros elétricos ganham força no mercado brasileiro Foto: Com novas marcas e novos adeptos, carros elétricos ganham força no mercado brasileiro

O carro elétrico ainda é visto como um produto fora do alcance da grande maioria da população brasileira, mas, aos poucos, isso começa a mudar, lentamente. Já temos por aqui modelos com preços entre R$ 120 mil e R$ 150 mil – longe de serem baratos–, mas um pouco mais acessíveis para uma parcela de consumidores. Mas o que muitos não sabem é que não basta comprar um carro elétrico, é preciso repensar o jeito de dirigir e ter uma estrutura de recarga para não passar aperto e raiva.

Atualmente, o carro elétrico mais barato comercializado no Brasil é o Chery i-Car, vendido por R$ 119.990. Depois, aparecem na lista dos “menos caros” o Renault Kwid E-Tech (R$ 139.990), o BYD Dolphin (R$ 149.800) e o GWM Ora 03 (R$ 150 mil). Além dos preços, os modelos se diferem na potência dos motores, na capacidade das baterias, na autonomia e na lista de conteúdos.

Caoa Chery iCar branco em movimento à noite.
O subcompacto elétrico Chery i-Car é vendido por R$ 119.990, ainda muito caro para a maioria da população no Brasil

É uma faixa de preço que o consumidor encontra modelos a combustão de diferentes segmentos, de hatches a SUVs compactos. Mas muitos já começam a se conscientizar que chegou a hora de virar a chave, saindo do veículo a combustão para o carro elétrico. Talvez o primeiro motivo seja mesmo a necessidade de economizar, gastando menos no abastecimento, já que os preços da gasolina e etanol estão sempre oscilando.

E há também a questão ambiental, pois, polêmicas à parte, o carro elétrico contribui sim para a descarbonização, reduzindo a emissão de poluentes no mundo. Em relação ao preço do abastecimento, a BYD, por exemplo, na apresentação do seu interessante Dolphin, revelou que o custo da recarga completa da bateria do compacto é de cerca de R$ 45, o que permite rodar cerca de 400 quilômetros. Se fosse rodar a mesma quilometragem em um carro a combustão abastecido com etanol ou gasolina o custo seria bem maior.

BYD Dolphin 2023 rosa de frente.
O BYD Dolphin é vendido por R$ 149.800 e tem autonomia oficial de 291 quilômetros

Mas como é na prática o dia a dia de um proprietário de carro elétrico? Para os que moram em prédios ou em casas modernas, que já foram projetados para receber estrutura para a recarga da bateria, é tudo muito simples e prático. É só chegar em casa no fim do dia, parar o carro na garagem e plugar o cabo na rede. Durante a madrugada a bateria vai recarregar e na manhã seguinte o carro estará pronto para rodar.

Porém, se você mora em um prédio que não tem essa estrutura e nem mesmo uma tomada de energia próximo à sua vaga de garagem, é preciso pensar bem antes de comprar um carro elétrico. A primeira providência nesse caso é consultar o condomínio para saber se você poderá instalar um WallBox ou um adaptador na tomada comum para recarregar a bateria do seu carro. O correto seria ter um marcador de consumo separado, para que outros moradores do condomínio não paguem pela energia consumida pelo seu carro.

Comprar carro elétrico confiando que as recargas da bateria serão feitas nos estacionamentos de shoppings ou supermercados é roubada. Os carregadores disponibilizados nestes estabelecimentos não são os mais rápidos e exigem que você deixe o carro lá por horas para recuperar boa parte da energia. É verdade que eles não cobram pela recarga, mas cobram pela hora que o carro ficou estacionado. No final, se for demorar muito, a conta não fica barata. Por isso é importante ter a estrutura de recarga em casa.

E se você gosta de dirigir em suas viagens, pegar estrada com carro elétrico no Brasil ainda é uma aventura. Primeiro porque você não encontra postos de recarga em todas as regiões do país. E, muitas vezes, quando encontra, corre o risco de ter que ficar esperando, pois os carregadores disponíveis já estão ocupados e são lentos. A rede de recarga nas estradas do Brasil é muito pequena para o tamanho do país.

GWM Ora 03 azul de frente
O GWM Ora tem estilo que lembra modelo da Porsche

Por isso, por enquanto, o carro elétrico tem de ser visto como o segundo veículo da família, uma opção para o trânsito urbano, para os deslocamentos dentro da cidade, onde o para e anda favorece o sistema de regeneração de energia, que contribui para a recarga da bateria e, consequentemente, aumenta a autonomia.

Quem compra um carro elétrico tem que rever até a maneira de dirigir, pois simples atitudes ao volante contribuem bastante para preservar a carga da bateria e manter a autonomia. Usar as desacelerações sempre que possível e as frenagens em trechos íngremes contribuem para a recuperação da energia. Os modelos elétricos trazem sistemas de regeneração de energia cada vez mais eficientes, por isso é importante saber tirar proveito.

Para os que pensam no carro elétrico somente como o veículo que entrega torque e potência de maneira instantânea ao pisar fundo no acelerador, vai aí um recado. É bom instalar um recarregador eficiente em casa, pois dessa forma a carga da bateria vai embora rapidinho. O peso do pé no acelerador está diretamente ligado à autonomia do seu carro elétrico.

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