Que combustível vai movimentar o automóvel dos nossos netos: gasolina, álcool, gás, hidrogênio? Ou será a energia elétrica?
Todas as hipóteses foram novamente discutidas no mais importante fórum internacional dedicado às fontes alternativas de energia veicular, o Challenge Bibendum, que a Pneus Michelin organiza anualmente e aconteceu este ano em Xangai, na China.
A primeira conclusão: o combustível fóssil ainda permanece por décadas nos tanques, pois ainda existem formidáveis reservas de petróleo no mundo. E, cada vez que sobe seu preço, novas reservas se tornam viáveis de serem exploradas. Exatamente o que aconteceu com o poço Tupi, anunciado recentemente no Brasil.
Mas, além de ser limitado, o petróleo tem derivados que poluem o mundo.
Então, os principais pontos discutidos no Challenge Bibendum foram:
Tornar mais limpa a combustão dos atuais combustíveis;
Substituir os derivados de petróleo por outras fontes mantendo os motores atuais;
Desenvolver novos motores isentos de emissões.
O álcool, por exemplo, já vem sendo utilizado para os dois primeiros objetivos, misturado à gasolina ou sendo queimado puro nos motores. O biodiesel deverá seguir o mesmo caminho. Mas dificilmente os biocombustíveis se tornarão substitutos definitivos dos derivados do petróleo, pela impossibilidade de atender o enorme volume necessário para movimentar as centenas de milhões de veículos que já rodam e que vão ultrapassar a médio prazo a casa do bilhão de unidades. O gás (GNV) é também uma solução transitória pelas mesmas razões.
Uma boa solução intermediária são os híbridos. Automóveis movimentados por motores convencionais (gasolina ou diesel) e também pelos elétricos. A Toyota foi pioneira no sistema com o Prius, mas hoje já existem híbridos de vários fabricantes.
Em resumo, o futuro dos automóveis está na energia elétrica, venha ela de onde vier.
Como "venha ela de onde vier"?
Para utilizar a energia elétrica disponível na tomada, falta uma bateria mais leve e eficiente. A de lítio, já utilizada nos telefones celulares, está sendo desenvolvida para o uso veicular e poderá ser uma solução.
Mas existe outro caminho ainda mais interessante, o de gerar a energia elétrica no próprio automóvel. São as "células a combustível" (fuel-cell). Um equipamento instalado no automóvel que, por meio de uma reação química, extrai eletricidade de um combustível para acionar os motores elétricos. As pesquisas da indústria automobilística sinalizam o hidrogênio como o mais indicado para o processo. Uma solução de emissão zero, pois o que sai pelo escapamento é somente vapor d'água.
Já existem centenas de automóveis circulando experimentalmente com motores elétricos movimentados por células a combustível. Mas, até três meses atrás, era uma solução considerada economicamente inviável e que iria demorar de 10 a 20 anos para chegar comercialmente ao mercado.
Pois não é que a Honda surpreendeu o mundo ao anunciar, para o ano que vem, o início da comercialização de um automóvel com a célula a combustível?
Água pelo escapamento?
Honda surpreende o mundo ao anunciar para o próximo ano comercialização do carro que estava previsto para nossos netos